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Depois de cinco anos de uma disputa acirrada, a soja e a cana-de-açúcar definem seus espaços em Goiás. No Sul do estado, onde há maior concentração de usinas sucroalcooleiras, os produtores de grãos – ainda em maior número – continuam entrando no setor da agroenergia, mas sem deixar de lado o cultivo tradicional. A prática deve-se à valorização da soja e do milho nos mercados internacional e doméstico e na própria limitação da capacidade das usinas. O quadro foi tema do terceiro Rally Ceagro/Expedição Safra da temporada 2011/12, que reuniu cerca de 100 agricultores e profissionais do agronegócio na região nesta semana.

A largada para o dia de campo foi dada no município de Goiatuba, um dos principais alvos da cana nos últimos anos. A promessa de alta rentabilidade fez a área da cultura se aproximar da ocupada pelos grãos. Hoje, cerca de 40 mil hectares são destinados à cana e outros 58 mil, a soja e milho.

Os especialistas acreditam, no entanto, que a tendência é que a área da cana se estabilize a partir da próxima safra. "As usinas estão perto da capacidade máxima de operação", aponta Weliton Hugo de Oliveira, gerente regional da Ceagro, que cultiva 20 mil hectares no município.

Para Vanessa Nardy, analista da PricewaterhouseCoopers, a cana tende a ser vista como uma alternativa para rotação de culturas e ampliação de receita. "Soja e cana têm complementariedade em questão de nutrientes do solo. Essa combinação é altamente recomendada e atende ao conceito de sustentabilidade (...) É melhor diversificar do que investir em apenas uma fonte de renda", avalia a especialista.

Muitos produtores começam a colocar grãos e cana lado a lado. "As propostas para arrendamento de terras [que partem] dos usineiros são irresistíveis", diz Reinaldo Donizete de Oliveira, de Itumbiara, que dedica 1,3 mil hectares à oleaginosa e inaugurou um canavial de 34 hectares. Oliveira tem a opção de trabalhar com o mercado de mudas de cana, até 20% mais rentável. Segundo ele, a opção pode dar lucro de mais de R$ 3 mil por hectare.

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