O mercado internacional de grãos passou por cima dos números negativos anunciados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e encerrou a semana em forte alta na Bolsa de Chicago. Após uma arrancada de volta para a casa dos US$ 15/bushel, a soja alcançou o seu maior preço em quatro anos. O primeiro contrato do grão fechou o pregão a US$ 15,1275, cotação 70,25 pontos superior à registrada há sete dias. Com alta de 81,50 pontos na semana, o milho foi a US$ 6,7250/bushel. Foi o maior avanço semanal desde 2008.

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O salto aconteceu mesmo diante da confirmação de um plantio maior que o esperado nos EUA na temporada 2012/13. Os números apresentados pelo USDA vieram acima da expectativa do mercado, que esperava algo em torno de 30,6 milhões de hectares para a soja e 38,8 milhões de hectares para o milho. Nos cálculos do órgão, porém, os produtores norte-americanos cultivaram 30,79 milhões de hectares de soja – quase um milhão de hectares a mais que o estimado no último relatório, divulgado há três meses – e 39,01 milhões de hectares de milho –210 mil hectares a mais que o projetado em março.

Apesar de ter superado as expectativas, o mercado avaliou que o aumento da área não será suficiente para espantar o risco de racionamento. O clima continua excessivamente quente e seco no Meio-Oeste, principal região produtora de grãos do país, e, segundo analistas, já compromete a produtividade das lavouras. A cultura mais afetada é o milho, já que boa parte das plantações está em fase de polinização, estágio em que a água é fundamental.

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As condições são de seca extrema em quase todo o estado de Indiana, na maior parte de Illinois e em boa arte de Wisconsin. De acordo com o USDA, apenas 56% das lavouras de milho estão em bom estado. É o pior índice para esta época do ano desde 1988, considerado pelos agricultores como o ano da pior seca de todos os tempos no país. O normal seria algo em torno de 70%.