Durante a divulgação dos resultados trimestrais da Bunge, nesta quarta-feira (2), o CEO global da empresa, Soren Schroder, admitiu que países como Brasil estão aumentando as exportações de soja para a China, como reflexo da recente ameaça chinesa de sobretaxar o produto com origem nos Estados Unidos em 25%.
Na percepção da Bunge - uma das maiores processadoras de grãos do mundo, e uma das líderes de mercado no Brasil - o impasse entre as duas maiores economias do mundo não deve ter resolução rápida.
“Ninguém quer assumir o risco de enviar soja dos Estados Unidos para a China no atual contexto, sabendo que do dia para a noite pode sofrer com um imposto de US$ 100 (por tonelada vendida)”, destacou o executivo.
Com essa situação, caso as novas tarifas chinesas entrem em vigor, a Bunge deve aproveitar a presença na América do Sul, em especial no Brasil, para continuar o envio do grão.
Prejuízo e separação de negócio
A Bunge divulgou prejuízo líquido de US$ 21 milhões no primeiro trimestre do ano, encerrado em 31 de março. Em 2017, houve lucro de US$ 47 milhões no mesmo período. Também houve a perda de US$ 120 milhões em contratos futuros de oleoginosas, o que está relacionado à quebra de safra na Argentina. Apesar disso, a expectativa é de retomada desses contratos ao longo do ano.
A multinacional anunciou ainda que a empresa está próxima de concretizar a separação do negócio de moagem de cana no Brasil, com um refinanciamento, dando início a uma operação independente nesse setor. A operadora pode, inclusive, realizar uma oferta pública de ações (IPO) ainda neste mês para o novo negócio.
A empresa também divulgou ontem, no Diário Oficial de Santa Catarina, o lucro líquido no Brasil em 2017: R$ 457,5 milhões. O valor é menos da metade dos R$ 999,8 milhões anunciados em 2016.
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