Após um intervalo de um ano, a coroa do “rei da soja” voltou ao Paraná. O produtor rural Marcos Seitz, de Guarapuava, Centro-Sul do estado, alcançou a marca de 149,08 sacas por hectare (SC/ha) no ciclo 2016/17, um novo recorde. Até então a maior marca registrada tinha sido do produtor Alisson Alceu Hilgenberg, de Ponta Grossa, com 141,79 sc/ha no ciclo 2014/15.
Em 2016/17 o vencedor foi um paulista de Buri, que atingiu 120,07 SC/ha. O anúncio do novo campeão foi feito nesta terça-feira (13), na Casa de Evento Gran Palazzo, em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. A competição é promovida pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), em parceria com diversas grandes empresas e entidades do agronegócio.
Paraná é campeão mundial em produtividade de soja
A família de Marcos Seitz, 25 anos, atua na agricultura há 30 anos, em Guarapuava. Alexandre Seitz, 35 anos, irmão mais velho dele inclusive já venceu o Desafio de Máxima Produtividade em 2012/13. Marcos, que é engenheiro agrônomo e fez um intercâmbio na Alemanha, atua diretamente na lavoura há apenas dois anos. Mas já foram suficientes para ele se tornar o rei da soja e sonhar mais alto. “Acredito que temos como ajustar alguns procedimentos de adubação e aprender ainda mais para obter melhores resultados”, almeja.
Marcos conta que a propriedade total da família tem 1,1 mil hectares, mas a área dedicada ao concurso tem cinco hectares. “Nós praticamos agricultura de precisão, com mapa do solo, então sabemos que essa é a área mais produtiva da nossa propriedade”, compartilha. A média geral da propriedade toda foi de 79 sacas por hectare. Para se ter ideia, a média nacional nesse ano deve fechar em torno de 54 sc/ha.
O produtor de Guarapuava, grande campeão do concurso da CESB, avalia que a aplicação de fertilizantes de maneira inteligente e o controle fitossanitário preventivo são os dois procedimentos que mais fazem diferença na obtenção de altas médias de produtividade. “Nós participamos porque queremos sempre estar em busca de mais tecnologia, queremos nos superar sempre”, revela.
Objetivos do prêmio
O presidente do CESB, Luiz Nery Ribas, diz que o prêmio consegue mostrar a importância das pessoas envolvidas na cadeia produtiva, além do solo, meio ambiente e insumos. “Queremos mostrar o nosso reconhecimento aos produtores. Com os critérios para participação no concurso nós temos certeza que podemos replicar os resultados a outros produtores”, estima.
Ribas alerta para o fato de que há muito trabalho envolvido nas propriedades dos campeões e que a chave para o sucesso é a paciência. “Na agricultura nada acontece de uma hora pra outra, de uma safra para a outra. A manutenção na atividade exige trabalho e atenção na busca pela sustentabilidade. Começamos com perto de mil inscritos e hoje já temos 5,5 mil participantes. O aumento na média nacional de produtividade de 48 para 55 sacas por hectare mostra que é possível crescermos ainda mais” projetou.
CESB
O CESB é uma organização sem fins lucrativos que tem como participantes membros de diversas áreas relacionadas à cadeia produtiva da soja. A entidade busca trabalhar em ações que se tornam referência ao agronegócio para promover o crescimento da produtividade da oleaginosa no Brasil.
Técnicas de manejo são fundamentais para alcançar médias elevadas
Campeões
Norte/Nordeste
Valmir Ficagna – 95,76 SC/há , Luís Eduardo Magalhães
Sudeste
José Renato Nunes – 108,25 SC/há, Capão Bonito-SP
Centro-Oeste
Elton Zanella – 122,20 SC/há, Campos de Júlio-MT
Sul e campeão nacional
Marcos Seitz – 149,08 SC/há, Guarapuava-PR
Categoria irrigado
Octaviano Camargo Silva – 106,43 SC/há, Bernardino de Campos-SP
A tecnologia é peça-chave para a obtenção de bons resultados nas lavouras, mas ela não pode ser vista como algo que faz o trabalho sozinho. Elias Guidini, gerente de marketing da BASF, reforça a importância de apostar em técnicas de manejo para atingir boas marcas nas lavouras. “Essa produtividade não é resultado de um ano, é resultado de uma série de boas práticas que construíram esse resultado durante anos”, explica.
Na opinião dele um dos aspectos mais relevantes nesse processo é manejo preventivo. “A ferrugem é a doença mais grave a ser controlada. Quando aparecem os primeiros esporos do fungo é preciso agir, pois depois de infestada a lavoura não existe produto capaz de controlar a situação. Lembrando que a indústria não prevê nenhum produto novo para o controle da ferrugem nos próximo cinco anos, o que acende o alerta para a necessidade de variar entre os grupos químicos disponíveis no mercado hoje para não criar resistência a esses defensivos”, aconselha.
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