Com clima favorável na última quinzena, os Estados Unidos reverteram o atraso inicial e prometem concluir o plantio de milho dentro do prazo recomendado em 2015. Com dois terços da área cultivada até o último domingo (10), os norte-americanos teriam que semear menos de 1 milhão de hectares ao longo desta semana para dar conta dos 36,10 milhões de hectares previstos pelo Usda, o Departamento de Agricultura do país, até o dia 20 de maio. Quando plantadas depois desta data, dizem os técnicos, as lavouras começam a perder potencial produtivo.

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A julgar pelo ritmo observado nas últimas duas semanas, porém, a tarefa não parece difícil de ser realizada. Em relatório de acompanhamento de safra divulgado no final da tarde desta segunda-feira, o Usda mostrou que 7,2 milhões de hectares receberam sementes do cereal na última semana, elevando o índice de plantio a 75% – 20 pontos porcentuais à frente do registrado um ano atrás e 18 pontos acima da média histórica. Na semana anterior, o progresso havia sido ainda mais expressivo: 13 milhões de hectares cultivados em sete dias.

Em tese, a conclusão do plantio dentro da janela ideal significa que os EUA dão a largada para a safra 2015/16 com potencial máximo de produtividade e, com clima favorável ao longo do ciclo, podem até repetir do feito do ano passado, quando alcançaram, pela primeira vez, rendimento médio nacional superior a 10 mil quilos por hectare.

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Em tese porque, apesar de ajudar, o clima de largada não costuma ser o principal fator determinante dos níveis de produtividade. No ano passado, por exemplo, perto de 30% das lavouras foram semeadas fora do prazo recomendado e, ainda assim, o rendimento foi recorde. Chuvas bem dosadas ao longo do ciclo provaram ter uma influência muito maior na determinação dos resultados finais.

Até porque, apesar dos números pintarem um quadro bastante otimista, o clima não tem sido tão perfeito quanto se poderia supor julgando apenas pelos índices de plantio. Apesar de estarem com os trabalhos bem adiantados, produtores ainda relatam falta de umidade em algumas regiões e excesso de chuva em outras e alguns deles já especulam até a necessidade de replantio.

SojaCultivada um pouco depois que o cereal, a soja pode ser plantada até o fim de junho sem perda significativa do potencial produtivo. Até lá, calcula o Usda, 34,25 milhões de hectares devem ser implementados, mas, por ora, apenas 10,6 milhões de hectares estão no campo. O índice de 31% representa um avanço de 18 pontos porcentuais na última semana e corre 13 pontos à frente do ano passado e 11 pontos acima da média histórica.

RevisãoAs estimativas iniciais do Usda – de redução de 1,5% na área de milho e aumento de 1,1% no terreno destinado à soja – serão postas à prova nesta terça-feira (12), quando o órgão divulga seu primeiro quadro oficial completo para a temporada 2015/16. Até agora, o mercado vinha trabalhando com as projeções de demanda apresentadas durante o Outlook Forum, em fevereiro, e as estimativas de área do relatório de intensão de plantio, no final de março.

Para a safra velha (2014/15), analistas esperam uma aumento nos estoques finais de milho e redução nas reservas de soja para, respectivamente, 47,35 milhões e 9,79 milhões de toneladas. Já para a nova temporada, a expectativa é inversa, com os estoques do cereal reduzidos a 44,50 milhões de toneladas e as reservas da oleaginosa elevadas a 12,05 milhões de toneladas.

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