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Fabricantes de sementes encaram custos 10% maiores e vendas 10% menores neste ano. |
Fabricantes de sementes encaram custos 10% maiores e vendas 10% menores neste ano.| Foto:

Campinas (SP) - Cada vez mais decisivas na definição do resultado das safras, as sementes motivam uma ampla movimentação entre as empresas que atuam nesse segmento. De pesquisas genéticas alinhadas às demandas do campo ao desenvolvimento de variedades adaptadas às particularidades regionais, há interesse crescente do mercado. O quadro motiva o lançamento de produtos e, ao mesmo tempo, possibilita a entrada de novos players, como a Advanta Sementes, que anunciou na semana passada a sua estreia no segmento de soja prometendo investimentos de R$ 200 milhões no Brasil até 2020.

Vinculada ao grupo indiano United Phosphoros Limited (UPL), que atua na área de agroquímicos, a empresa já vende no Brasil sementes de milho, girassol, sorgo e canola, detendo 95% de participação neste último mercado. O desenvolvimento é subsidiado por duas unidades de pesquisa instaladas em Sorriso (Médio-Norte de Mato Grosso) e Uberlândia (Triângulo Mineiro). A entrada na soja visa aproveitar o potencial de crescimento da América do Sul nos próximos anos, no qual a oleaginosa tenderá a ser o carro-chefe, aponta o CEO global da empresa, Claudio Torres.

O gestor admite a dificuldade em ganhar espaço em um setor dominado por grandes corporações, mas diz que empresa chegará agressiva ao mercado -- ele não cita projeções para o futuro. “Nosso foco será a qualidade do produto e uma atuação muito próxima aos produtores”, salienta Torres. Mesmo o cenário desfavorável da economia brasileira não reduz a motivação. “Acho que é o melhor momento para se investir no Brasil, só é preciso ter visão de longo prazo”, aponta.

Com o nome comercial Vereda, a soja produzida pela Advanta chega em duas opções (ciclos de 102 ou 112 dias), importando a genética da argentina Don Mario, e a tecnologia de controle de lagartas Intacta, da multinacional Monsanto. “Essas cultivares se adaptam desde o Rio Grande do Sul até o Cerrado”, indica o CEO da empresa no Brasil, Edison Kopacheski.

A estreia comercial da Vereda ocorre em 2016, com volume disponível para cobrir 60 mil hectares, revela Kopacheski. A divulgação, contudo, começa neste ano, com vendas pontuais e a aposta em uma estratégia inusitada. Pequenos volumes de semente serão distribuídos gratuitamente para até 600 produtores, como forma de apresentar o produto para os agricultores. “São quantidades reduzidas, suficientes para 2 ou 3 hectares no Paraná, por exemplo. Isso deve representar, em todo país, cerca de 5 mil hectares”, detalha.

O jornalista viajou a convite da Advanta

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