No Paraná, as sementes de soja e milho geneticamente modificadas (GMs) atingiram 40% das lavouras logo na estreia. Depois, foram avançando aos poucos até chegarem perto de 90%, o que parece ser um ponto de equilíbrio. Em sua sétima temporada, a soja tolerante a herbicida está com 87% da área plantada. Com três safras de verão, o milho resistente a insetos – agora também tolerante a herbicidas – alcança 88% das plantações no estado. Entretanto, essa evolução gradual e contínua tem seguido ritmos diferentes, dependendo da região do país.
No Rio Grande do Sul, que plantava soja transgênica antes mesmo da liberação comercial em 2006/07, as sementes modificadas atingem 99% da área da oleaginosa, como em nenhum outro estado. Em Mato Grosso, líder na sojicultura, a participação da semente GM se limita a 82%, com grandes grupos assumindo a segregação e buscando contratos de exportação que garantam adicionais para a soja convencional. Na nova fronteira agrícola brasileira, o Centro-Norte, os transgênicos avançam à medida que as variedades mais produtivas ganham versões GMs, conversão que ocorreu primeiro nas demais regiões do país.
Esse quadro fez do Brasil o segundo maior produtor de grãos transgênicos do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Das 118 milhões de toneladas soja e milho que estão sendo produzidas, 102,6 milhões são geneticamente modificadas. As outras 15,4 só podem ser consideradas convencionais se forem separadas.