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Meta da indústria é elevar de 7% para 10% a mistura de biodiesel no diesel brasileiro. | Arquivo /Gazeta do Povo
Meta da indústria é elevar de 7% para 10% a mistura de biodiesel no diesel brasileiro.| Foto: Arquivo /Gazeta do Povo

Associações da indústria de soja e de produtores de biodiesel do Brasil avaliam que será possível aumentar a mistura de biodiesel no diesel, diante das perspectivas de uma safra recorde de cerca de 100 milhões de toneladas no início do próximo ano. Atualmente, o Brasil mistura obrigatoriamente 7% de biodiesel no diesel. Associações como Abiove, Aprobio e Ubrabio querem a progressão do atual B7 para o B10 no prazo de dois anos e três meses, com 1 ponto percentual de aumento a cada ano, a partir da aprovação de novo marco regulatório.

A ampliação da mistura, argumenta a indústria do setor, poderia trazer inúmeras vantagens, como a redução de emissões de gases do efeito estufa, de materiais particulados e de monóxido de carbono. Além disso, reduziria a necessidade da importação bilionária de diesel, com impacto favorável para a balança comercial, favorecendo também mais de 70 mil famílias de agricultores.

A indústria pediu recentemente ao Ministério de Minas e Energia que ocorram testes para o uso de mais biocombustível em motores a diesel. Com resultados bem-sucedidos, isso poderia dar tranquilidade ao governo e aos agentes na ampliação da mistura.

“Com a perspectiva de uma nova safra recorde de soja em 2016, que pode chegar a 100 milhões de toneladas, a indústria de biodiesel, que tem na oleaginosa a sua principal matéria-prima, está convencida de que existem todas as condições para um novo marco regulatório do biocombustível...”, disse a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), em nota nesta quarta-feira (28).

Uma ampliação da mistura de biodiesel poderia ainda elevar o processamento de soja, garantindo mais farelo de soja para a indústria de ração. “Queremos o B8 em 90 dias, após a promulgação da lei, depois de um ano, o B9 e, finalmente, depois de mais um ano, o B10. Dessa forma, dentro de dois anos e três meses após a publicação da lei, teríamos o B10”, afirmou secretário-geral da Abiove, Fabio Trigueirinho.

“Na próxima safra, chegaremos perto de 100 milhões de toneladas de soja, poderemos ultrapassar os Estados Unidos. Temos condições de assegurar matéria-prima para o B10”, completou Trigueirinho.

O Brasil produzirá este ano 4 bilhões de litros de biodiesel, sendo o segundo maior mercado mundial, atrás apenas dos EUA. Com a vigência do B7, desde novembro de 2014, o Brasil deve fechar o ano com o processamento de 40,1 milhões de toneladas de soja, um novo recorde histórico.

Segundo a Abiove, a indústria ainda poderá aproveitar nova oportunidade do biodiesel no próximo ano, após o governo autorizar recentemente a comercialização e o uso voluntário de misturas de biodiesel ao diesel em quantidade superior ao percentual obrigatório.

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