O mercado internacional de grãos passou por cima dos números baixistas divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e opera no terreno positivo na Bolsa de Chicago. Os principais vencimentos da soja registram valorização de pouco menos de 10 pontos e o primeiro contrato do milho chegou a anotar alta de 18 pontos.
Em relatório divulgado no início da tarde, o USDA reduziu as suas projeções para os estoques finais de soja e milho norte-americanos na temporada 2013/14 – o que, em tese seria negativo para as cotações. Mas os investidores preferiram focar nas previsões climáticas, que apontam para tempo quente e seco no Corn Belt nas próximas semanas.
A onda de calor chegaria em péssima hora, justamente em um momento em que as lavouras começam a entrar na fase mais crítica do ciclo, o período reprodutivo. A situação seria mais preocupante para o milho, cujo plantio foi concentrado em um espaço de poucas semanas e ocorreu debaixo de muita chuva, o que pode ter prejudicado o enraizamento das plantas.
Na avaliação do USDA, contudo, ainda é muito cedo para falar em uma nova quebra de safra. Nas contas do órgão, as lavouras norte-americanas do cereal sustentam potencial para 354,3 milhões de toneladas – ligeiramente abaixo do projetado há um mês, mas muito acima da colheita do ano passado. A produtividade foi mantida inalterada com relação ao relatório anterior, mas houve uma redução na área a ser colhida (apesar da estimativa de área plantada ter sido nova mente reajustada para cima).
Os números de exportação e consumo animal também sofreram ligeiras redução, mas como os estoque de passagem caiu, as reservas ao final do ciclo 2013/14 devem ainda ser maiores do que projetado em junho: 49,8 milhões de toneladas – mais que o dobro do registrado no encerramento da temporada 2012/13.
Na soja, o crescimento da área plantada e da área colhida puxaram a produção para 93 milhões de toneladas , cravando um incremento de 10 milhões de toneladas na comparação com a colheita passada. Sem alterações nos números de consumo, a produção maior levou a um aumento nos estoques finais, agora estimados pelo USDA em 8 milhões de toneladas.