Don Latham é um produtor da décima geração presente no estado de Iowa, nos Estados Unidos. Ele está realizando a colheita em um momento difícil, devido à guerra comercial entre Estados Unidos e China. Mesmo assim, ele diz que continua convicto a votar no Partido Republicano, quando for às urnas na terça-feira, dia das eleições legislativas para o Congresso local.
“O Trump é o que ele é”, afirmou o produtor na última semana de dentro da colheitadeira. O presidente é “pomposo, arrogante, mas fez o que disse que faria quando realizou a campanha e está obtendo os resultados disso no comércio”.
Pesquisa
Latham é um dos muitos produtores que estão apoiando Trump ainda que a guerra comercial com Pequim tenha gerado retaliações que derrubaram os preços da soja para o menor nível da última década. Ao todo, 79% dos agricultores consideram a administração Trump boa ou ótima, segundo pesquisa com 600 produtores comerciais e fazendeiros, segundo o levantamento da Agri-Pulse, uma publicação industrial.
“Aqui existe a crença de que, ao enfrentar a China e ao rever acordos comerciais, o presidente pode ter melhores resultados a longo prazo”, afirma Arun Pillai-Essex, analista de riscos senior da consultoria Verisk Maplecroft. “Há uma crença de que, mesmo que aconteçam esses problemas de curto prazo, os benefícios serão maiores no futuro”.
Os produtores querem que a administração Trump concentre o foco em exportações e que, ao final, termine a disputa com a China, segundo a pesquisa da Agri-Pulse, conduzida pela Aimpoint Research. Pouco mais de 69% dos entrevistados afirmam que estão dispostos a reeleger Trump e quase 65% acreditam que o Partido Republicano possui melhores relações com a produção agrícola, conforma a pesquisa, realizada com produtores que têm renda bruta de, pelo menos, US$ 50 mil.
Na última sexta-feira, Trump declarou que possivelmente EUA e China chegariam a um acordo para acabar com a disputa e que a saída seria boa para os dois lados. Pillai-Essex diz que isso não deve influenciar os votos até terça-feira. Por outro lado, os apoiadores do governo afirmam que isso mostra que o presidente “tem um bom coração”.
“O anúncio chegou tarde em relação às eleições legislativas. Acho que os eleitores já têm uma posição definida”, diz Pillai-Essex.
Segundo a pesquisa, 65% dos entrevistados simpatizam mais com o Partido Republicano e 12% com o Democrata. O restante diz ser independente, sem partido de preferência ou não responderam.