No Paraná plantio de milho corre solto. Sementes de soja devem ganhar o solo com intensidade mais para o fim do mês.| Foto: Henry Milla©o/ Gazeta Do Povo

Tradição no campo, olhar atento às últimas tendências e foco na sustentabilidade: essa é a receita da lavoura de soja mais produtiva do Brasil, que está em território paranaense. Com rendimento de 117 sacas por hectare em um talhão, a Fazenda São Bento, de Guarapuava (Centro-Sul), dobrou a média nacional de produtividade na oleaginosa (50 sc/ha) e se tornou referência no país ao vencer um desafio nacional. O desempenho garantiu o prêmio do Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb), estabelecendo um novo recorde e mantendo o Paraná no topo da disputa pelo segundo ano consecutivo.

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A produtividade média dos 700 hectares cultivados com a oleaginosa mostram que não se trata de fato isolado. Foram cerca de 70 sacas por hectare, ou 40% mais do que a média estadual, conforme dados da Expedição Safra Gazeta do Povo. E poderia ter sido mais, não fosse a escassez de chuvas do último verão, revela Alexandre Seitz, dono da propriedade. Em 2012/13 ele colheu 75 sacas por hectare e conquistou o título de campeão municipal no desafio do Cesb. “Isso me motivou a participar novamente e preparar melhor a área para tentar ser campeão nacional”, revela.

A vitória contou com o apoio técnico do consultor José Carlos Sandrini Júnior, e reflete um conjunto de boas práticas que é adotado há anos. O pai, agricultor há três décadas, entrou com a experiência, enquanto Seitz foi buscar conhecimento extra em cursos e palestras ligadas ao tema, no Brasil e no exterior. “Não é um trabalho feito do dia para a noite”, resume o campeão que também é agrônomo e associado da Cooperativa Agrária. A orientação da fundação de pesquisa da cooperativa, a Fapa, garantiu a escolha da cultivar mais adequada. “Outro ponto favorável foi o uso da agricultura de precisão, adotada na propriedade há quatro anos”, indica.

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O talhão superprodutivo recebeu atenção especial. O espaçamento foi reduzido para 22,5 cm, o que melhorou o arranjo espacial das plantas e ajudou a elevar a população de plantas, detalha. No aspecto químico, a adubação foi nitrogenada e somou 400 quilos por hectare -- dobro do volume utilizado no restante das lavouras. Também foram utilizados produtos direcionados a suplementação foliar, complementada com macro e micronutrientes. “Isso sem falar nas práticas já tradicionais, como o plantio direto e a rotação de culturas”, complementa Seitz.