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Pesquisadores alertam que o monitoramento e a identificação da ferrugem nos estádios iniciais são essenciais para o controle eficiente. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Pesquisadores alertam que o monitoramento e a identificação da ferrugem nos estádios iniciais são essenciais para o controle eficiente.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O primeiro foco de ferrugem asiática da soja na safra 2016/17 foi registrado no interior de São Paulo, em Taquarituba. Nos últimos meses, o Consórcio Antiferrugem chegou a divulgar casos da doença no atual ciclo, inclusive em São Paulo, mas não se tratavam de áreas cultivadas. Segundo a assessoria de imprensa da Embrapa, os focos estavam relacionados a grãos que, eventualmente, podem ter caído de caminhões e brotado na beira da estrada.

Apesar do relato antecipado, a situação nesta safra ainda é considerada tranquila, porque os sintomas são iniciais. “No entanto, nessa região de São Paulo há várias lavouras que foram semeadas ao final do vazio sanitário e se encontram em fase avançada de desenvolvimento”, explica a pesquisadora da Embrapa Claudia Godoy. “Por isso, o monitoramento deve ser intensificado em lavouras em pré-fechamento ou em estádio de desenvolvimento mais avançado, e pode-se iniciar a proteção com fungicidas, uma vez que a presença do foco indica a presença de esporos na região”, avalia.

Godoy alerta que o monitoramento da ferrugem e a sua identificação nos estádios iniciais são essenciais para o controle eficiente.

Sobre a doença

A ferrugem asiática da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, é considerada a doença mais severa da cultura, podendo causar perdas de até 80% de produtividade. O fungo originário foi relatado no Brasil em 2001 e encontrou condições favoráveis para sua sobrevivência e multiplicação durante todo o ano, explica Godoy. “O fungo se dissemina pelo vento e pode incidir em qualquer estádio da cultura, porém é mais comum após o fechamento do dossel, em razão do acúmulo de umidade e da menor incidência de radiação solar nas folhas baixeiras, por onde a doença tende a começar”, diz.

Para Godoy o controle da doença tem sido ameaçado pela menor sensibilidade do fungo aos principais fungicidas, colocando em risco a sustentabilidade da cultura. Genes de resistência têm sido incorporados às cultivares, mas as opções ainda são restritas. “Existem 120 fungicidas com registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para o controle da ferrugem, porém a eficiência dos fungicidas vem sendo reduzida em razão da seleção de isolados do fungo menos sensíveis ou resistentes aos mesmos”, explica Godoy.

A pesquisadora orienta os produtores que na escolha dos fungicidas para o controle da ferrugem priorizem sempre a utilização de misturas prontas de diferentes modos de ação e a rotação de fungicidas.

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