Os produtores de soja brasileiros pediram às autoridades que apresentem uma queixa contra os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC), alegando que seus subsídios agrários dão vantagem injusta ao principal produtor mundial da oleaginosa. O Ministério das Relações Exteriores brasileiro confirmou que os agricultores fizeram a petição, mas advertiu que a proposta deve ser revisada por vários ministérios e que o governo precisará de ao menos um mês para tomar uma decisão.
A Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), com sede em Brasília, assegura que essas ajudas poderiam estar custando aos agricultores brasileiros cerca de US$ 1 bilhão anuais em negócios perdidos.
“Estamos analisando os dados para ver se é viável por em dúvida esse protecionismo americano”, disse Endrigo Dalcin, presidente da entidade no Mato Grosso, principal estado produtor de soja do país. A Aprosoja contratou advogados do escritório Sidley autin LLC, em Genebra, onde fica a sede da OMC.
Desde abril do ano passado, funcionários brasileiros estão reunindo provas de que os subsídios americanos estariam pressionando a baixa dos preços já em queda da soja e do milho. No entanto, desde então, a desvalorização do real frente ao dólar melhorou a competitividade da soja brasileira para a exportação.
Algodão
Os produtores de soja seguem o exemplo dos plantadores de algodão brasileiros, que receberam uma indenização de US$ 300 milhões dos Estados Unidos em 2014 como resolução de uma disputa comercial sobre subsídios que durava uma década.
Nos próximos anos, é provável que o Brasil supere os Estados Unidos como maior produtor mundial de soja, já que está aumentando a superfície de cultivo a cada temporada.
No momento, o país já é o maior exportador. Nesta temporada, o Brasil espera alcançar número recorde em colheita, de 100 milhões de toneladas de soja, comparado aos 108,3 milhões de toneladas dos Estados Unidos, de acordo com o Departamento de Agricultura Americano (Usda).
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