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O Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), um novo complexo portuário que promete ajudar a desafogar a logística de exportação do agronegócio brasileiro, recebeu no último domingo (08) o seu primeiro caminhão de soja, abrindo caminho para o carregamento dos primeiros navios já em março.

O primeiro silo em operação no novo terminal maranhense pertence à multinacional norte-americana CHS, uma das sócias do Tegram, com 25% de participação em um dos quatro grandes armazéns que integram o complexo portuário. Os outros 75% são da NovaAgri.

O segundo armazém, da Glencore, começa a receber soja dentro de 15 a 20 dias, conforme o executivo responsável pelo consórcio do Tegram, Luiz Claudio Ferreira dos Santos. “Até o início de março teremos três armazéns funcionando. O quarto deles fica pronto no final do mês que vem”, disse.

Os outros dois armazéns são da CGG Trading e do Consórcio Crescimento (uma joint venture entre Amaggi e Louis Dreyfus). Segundo Santos, a expectativa é que o Tegram consiga exportar cerca de 2 milhões de toneladas de soja e milho ainda em 2015. Havia uma expectativa inicial de que o novo complexo começaria a exportar em 2014, com grãos da safra passada.

O Tegram é uma das grandes apostas do agronegócio brasileiro para conseguir desafogar o defasado sistema logístico do país, ainda muito concentrado no transporte de grãos por caminhões até os portos de Santos (SP), Paranaguá (PR) e Rio Grande (RS). Em São Luís (MA), o Tegram passará a operar ao lado de um terminal de grãos da mineradora Vale e deverá receber boa parte de suas cargas por meio da ferrovia Norte-Sul.

Segundo Luis Neves, diretor de operações no Brasil da CHS, problemas de construção de um ramal entre a Norte-Sul e os armazéns estão sendo superados e as primeiras descargas ferroviárias estão previstas para maio. A primeira fase do complexo deverá operar dentro de dois ou três anos, com capacidade total de 5 milhões de toneladas anuais. A segunda fase do projeto prevê a operação e num segundo berço de atracação de navios, com capacidade anual para outras 5 milhões de toneladas.

O início da operação no Maranhão deverá ajudar a CHS, maior cooperativa agrícola dos Estados Unidos, a aumentar suas exportações de grãos em 2015. A empresa, que no Brasil não atua como cooperativa, mas na originação de grãos e na distribuição de insumos, exportou mais de 2 milhões de toneladas de soja e milho no ano passado, com projeção de mais de 3 milhões em 2015, segundo seu diretor operacional.

Parte da movimentação extra ocorrerá no Tegram e outra parte nos portos de Rio Grande, Paranaguá, Santos e Vitória (ES). O executivo da CHS disse que a empresa tem contrato para movimentar no Tegram mais grãos do que a capacidade da qual é proprietária. “Nós já temos um contrato de longo prazo. Nosso share como usuário é maior que o share como acionista”, disse Neves, sem revelar números.

Para ajudar a abastecer o Tegram, será inaugurado nesta quarta-feira (11) um novo silo da empresa em Bom Jesus, no Piauí. Nas próximas semanas entra em operação também um silo em Ribeirão Cascalheira, no leste de Mato Grosso. Uma terceira unidade de recebimento, em Canarana (MT), também está para sair do papel.

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