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Transação bilionária consolida império e transforma Maggi em novo ‘Rei da Soja’

A fazenda Itamaraty está localizada no município de Campo Novo do Parecis, 390 quilômetros da capital mato-grossense, Cuiabá, e possui 105 mil hectares. | Albari Rosa/gazeta do povo
A fazenda Itamaraty está localizada no município de Campo Novo do Parecis, 390 quilômetros da capital mato-grossense, Cuiabá, e possui 105 mil hectares. (Foto: Albari Rosa/gazeta do povo)

A empresa do ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP), a Amaggi, confirmou a compra da fazenda Itamarati dos herdeiros de Olacyr de Moraes, por aproximadamente US$ 330 milhões, cerca de R$ 1,1 bilhão na conversão para o real. O negócio deverá ser concluído nos próximos dias. Olacyr de Moraes já foi o maior produtor individual de soja do mundo, que o tornou conhecido como “Rei da Soja”, pioneiro deste cultivo na região de cerrado.

De acordo com o ministro Maggi, a negociação é a maior feita pela empresa. “É a maior compra de área que já realizamos. A empresa é da minha família na qual também tenho participação”.

“As negociações foram definidas no ano passado e estão sob sigilo por questões contratuais de ambas as partes. Não posso comentar sobre o valor e de que maneira será tudo realizado. Mas confirmo sim a transação”, disse ainda Blairo Maggi, sem revelar se o valor será pago à vista ou parcelado.

A fazenda Itamaraty está localizada no município de Campo Novo do Parecis, 390 quilômetros da capital mato-grossense, Cuiabá, e possui 105 mil hectares.

Desses, 51,5 mil hectares são destinados para agricultura, 2.700 para a pecuária e o restante é reserva legal. As ações da fazenda pertenciam à Companhia Agrícola do Parecis (Ciapar).

A empresa da família do ministro já arrendava a área desde 2002. “A companhia já vinha negociando há algum tempo para concretizar o negócio para continuar produzindo soja, milho e algodão nessa área”, disse Blairo.

A Amaggi pretende revitalizar a fazenda, mantendo as atividades e mantendo todos os funcionários. A empresa quer ampliar a produção de algodão, a construção de uma nova usina e a troca de todas as maquinas e equipamentos da fazenda. No local, existem 11 pistas para pousos e decolagens, um hangar e dezenas de silos reservatórios utilizados para pré-armazenamento do material moído/granulado antes de sua embalagem.

Distrito

Na região da Fazenda também existe uma vila de moradores com cerca de 2.200 pessoas, sendo que boa parte é de colaboradores e familiares. O local possui uma escola, construída pela Amaggi e que foi entregue ao poder público em 2016. A ideia da Amaggi será desmembrar a vila da fazenda e emancipá-la.

Segundo o ministro, existe uma vila que Olacyr de Moraes construiu no local. “E nós mantivemos essa vila até hoje, cuidando do asfalto, iluminação e esgoto. Mas existem algumas coisas públicas lá como escola, igreja, e outras coisas. A intenção da Amaggi é separar a vila da fazenda e vender aquelas casas para os funcionários que já moram lá e terrenos”.

A tendência, diz, é de o local se tornar um distrito, mas a medida depende de aval da Câmara do município. “É um interesse de todos. Quem sabe no futuro”, finalizou o ministro.

No final da década de 1980, a empresa Amaggi chegou a emancipar um local em suas propriedades, onde se tornou o município de Sapezal, 498 quilômetros de Cuiabá.

Em nota, a Amaggi confirmou que está participando das negociações para a aquisição da totalidade das ações da fazenda Itamaraty e que deverá ser formalizada nos próximos dias.

Fundada em 1977, a Amaggi chegou a Mato Grosso no inicio da década de 1980 e está presente em todas as regiões do Brasil, além da Argentina, Paraguai, Holanda, Noruega e Suíça.

Atualmente, é composta por quatro grandes áreas de negócio commodities, agro, navegação e energia e atua na originação, comercialização de grãos e insumos; produção agrícola e de sementes de soja; operações portuárias, transporte fluvial e geração e comercialização de energia elétrica.

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