No momento em as consultorias privadas brasileiras começam a rever para baixo as suas estimativas para a produção de soja no país no ciclo 2013/14, devido à onda de calor que atinge boa parte do cinturão sojicultor nacional, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) vai na contramão e eleva a sua projeção para a safra brasileira. O órgão – que começou o ciclo apostando em 85 milhões de toneladas e até o final do ano passado mantinha estimativa de 88 milhões de toneladas – vem aumentando suas apostas desde o mês passado e agora crava 90 milhões de toneladas. A produção de milho brasileira permanece estimada em 70 milhões de toneladas. Para a Argentina, tanto soja quanto milho tiveram suas projeções reduzidas – de 54,5 para 54 milhões (t) na oleaginosa e de 25 para 24 milhões (t) no cereal. Na esteira da produção menor, as estimativas de exportação do país vizinho também foram revisadas para baixo e agora são calculadas em, respectivamente, 8 milhões (t) e 16 milhões (t). Há um mês, eram estimadas em 9,7 milhões (t) e 17 milhões (t). As vendas externas de milho do Brasil, que nas contas do USDA somaram 24,3 milhões de toneladas na temporada anterior, permanecem projetadas em 20 milhões de toneladas no ciclo 2013/14. Para a soja brasileira, o órgão prevê aumento nas vendas, de 41,9 milhões (t) no ano passado para 45 milhões (t) neste ano – 1 milhão de toneladas acima do previsto no relatório de janeiro. Estados Unidos No quadro norte-americano, o relatório trouxe poucas alterações. As principais mudanças na comparação com os números apresentados no mês passado ocorreram nas estimativas de exportação, que foram elevadas de 38,8 milhões para 40,6 milhões de toneladas no milho e de 40,7 milhões para 41,1 milhões de toneladas na soja. Os reajustes ficaram aquém do que o mercado previa, principalmente no caso da oleaginosa. Faltando 30 semanas para o encerramento da temporada, produtores norte-americanos já negociaram 43 milhões de toneladas de soja com o mercado internacional, sendo que mais de três quartos desse total (33 milhões de toneladas) já foram embarcados. As vendas externas do cereal, que iniciaram a temporada a passos lentos, também começaram a se aquecer significativamente nas ultimas semanas – somente na semana passada, forma 1,7 milhões de toneladas. A resistência do USDA em elevar sua meta de exportação de soja explica-se: se ajustasse os números à realidade, adicionando 2 milhões de toneladas à sua estimativa, deixaria os EUA com estoques praticamente zerados, provocando um correria à ponta de compra na Bolsa de Chicago. Mantendo sua meta em 41 milhões de toneladas, o órgão conseguiu, com pequenos ajustes no quadro (no item uso residual), manter os estoques norte-americanos na casa das 4 milhões de toneladas – nível mínimo considerado aceitável pelo mercado. Os estoques de milho estão estimados em 37,6 milhões de toneladas – quase o dobro do registrado há um ano, depois de a maior seca em mais de 50 anos reduziu os estoques norte-americanos do cereal ao menor nível em quase 20 anos.
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