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Há quem discorde, mas o Paraná está entre os estados brasileiros mais bem servidos em infra-estrutura de armazenagem e escoamento da produção. Combinação perfeita para estimular o crescimento da produção rural, não fosse o fato de as principais estradas serem pedagiadas, as ferrovias não atenderem a demanda, a armazenagem estar no limite e o porto ter sua eficiência questionada. A base de apoio, que deveria dar sustentação ao desenvolvimento do setor, atingiu um estágio que, quando não compromete, limita o avanço do agronegócio.

Em tempos de crise no campo, com o aumento do custo de produção e margens apertadas, os especialistas acreditam que a logística é o único elo da cadeia produtiva onde ainda é possível reduzir despesas. Mário Stamm, coordenador da Câmara de Logística da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), está entre os que defendem essa tese. Ele acredita que os custos passíveis de redução estão na administração da propriedade e na armazenagem, mas, principalmente, em uma nova opção de transporte, o ferroviário.

Stamm destaca que "a agricultura é a base estratégica da economia do estado e por isso precisa estar cada vez mais competitiva". Porém, não é o que acontece, explica o coordenador da Fiep, ao citar de exemplo a produção de soja, transportada quase que exclusivamente de caminhão. "Um frete entre Cascavel e Paranaguá, a US$ 34 por tonelada, incluindo o pedágio, significa que o custo do transporte é igual a 15% do valor do produto, cotado a US$ 230 FOB/tonelada (mercadoria entregue no porto)." Na avaliação de Stamm, um preço muito alto para o escoamento de uma commodity, produto primário e sem valor agregado.

Para Carlos Augusto Albuquerque, assessor da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), entidade que representa os produtores rurais, a infra-estrutura é boa, tem base, mas não funciona bem. "Nosso frete é mais caro por causa do pedágio, e ainda assim temos estradas em situação precária", diz Albuquerque, que aponta o Porto de Paranaguá como local onde os gargalos rodoviários e ferroviárias se potencializam. Numa referência às filas em direção a Paranaguá, ele avalia que o frete de caminhão é caro e puxa junto o preço do transporte ferroviário porque o porto é ineficiente.

Na análise de Nelson Costa, superintendente adjunto da Organização das Cooperativas (Ocepar), "a logística é um fator que limita a atração de novos investimentos no agronegócio e retarda o crescimento". Ele entende que o estado tem uma estrutura de armazenagem interessante, mas peca no momento de escoar a produção.

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