A soja transgênica ganha um concorrente de peso, com carimbo nacional, e o produtor mais uma alternativa tecnológica de combate às ervas daninhas. A Embrapa e a multinacional Basf lançam amanhã, em São Paulo, o Sistema de Produção Culti­vance, uma nova opção do grão geneticamente modificado (GM), com o mesmo apelo da soja Roundup Ready, da Monsanto, que está no controle de plantas invasoras a partir da tolerância a herbicida.

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A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) liberou o novo evento para uso comercial em dezembro do ano passado. A parceria entre a estatal brasileira de pesquisa agropecuária e a Basf tem mais de 10 anos. O acordo de cooperação para o desenvolvimento e comercialização de variedades de soja modificadas foi assinado em 7 de agosto de 2007. A BASF é a responsável pelo fornecimento do gene ahas e os pesquisadores da Embrapa ficaram encarregados do processo de inserção desse gene em plantas de soja.

As novas variedades de soja que receberam o gene são plantas geneticamente modificadas tolerantes aos herbicidas da classe das imidazolinonas. As pesquisas foram desenvolvidas no Cenargen (Centro Nacional de Pesquisa de Recursos Genéticos e Biotecnologia), da Embrapa em Brasília, e na unidade da Embrapa Soja em Londrina. A previsão é que o material esteja disponível para multiplicação (aos sementeiros) em 2012 e chegue ao produtor em 2013.

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Na prática, a Cultivance se apresenta como alternativa à tecnologia de controle das ervas daninhas nas lavouras de soja. Como a nova opção estabelece concorrência, a expectativa é que tenha um custo menor. José Alexandre Cattelan, chefe da Embrapa Soja, explica que o preço dos royalties (pagamento pelo uso da tecnologia) deve ser menor. Pelo menos é essa a posição da Embrapa junto à Basf como parceiro estratégico no desenvolvimento da tecnologia.O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja e maior exportador do grão. Segundo levantamento da Expedição Safra RPC, na safra atual (2009/10) a soja transgênica ocupa 67,4% dos 22,8 milhões de hectares ocupados pela oleaginosa no Brasil e 64,3% dos 4,43 milhões de hectares plantados no Paraná. A participação da semente modificada demonstra a importância da chegada de mais uma tecnologia no mercado, avalia Cattelan, que entre outras características destaca o fato de o gene da Cultivance ter sido extraído de uma planta. O gene da soja RR vem de uma bactéria.