A transferência da tecnologia gerada em laboratórios de ponta para o campo ajuda a aumentar a produtividade e a melhorar a rentabilidade. Pode também amenizar os riscos e prejuízos causados por estiagens como a que ocorreu no final de 2008. Esse potencial ficou claro nos dois eventos tecnológicos que a Expedição safra acompanhou na última semana, o Show Rural da Coopavel, em Cascavel, e o Dia de Campo da Coamo, em Campo Mourão.
O número recorde de pessoas que visitaram o Show Rural, em Cascavel, mostra que o produtor sabe muito bem como a tecnologia pode fortalecer o campo. Em cinco dias, a feira reuniu mais de 193 mil visitantes, um recorde em um ano de crise, em que os organizadores do evento esperavam público menor que no ano anterior. No Dia de Campo, houve entre 4 e 5 mil participantes, atraídos por dez temas de pesquisa.
Dentro do parque de exposição da Coopavel, células instaladas no campo experimental contrastam com a realidade do campo. O Oeste do estado, casa do Show Rural, foi uma das regiões mais prejudicadas pela seca. Na região, a equipe da Expedição Safra 2008/09 da Rede Paranaense de Comunicação (RPC) viu lavouras de soja e milho em boas condições, mas a maioria dos agricultores vai colher safras apenas razoáveis ou, em muitos casos, bastante ruins. Para vencer a crise, esses produtores recorrem à tecnologia, que dobrou o produtividade do milho e da soja nas últimas décadas.
Em Campo Mourão, dois grupos de pesquisas concentraram as discussões. Um deles mostrou que a buva resistente ao glifosato, que ameaça se proliferar e reduzir a produtividade em até um terço, pode ser controlada com associação de herbicidas e aplicação na hora certa. Os produtores não querem perder para a erva daninha os ganhos gerados pelo uso da biotecnologia. O segundo estande de maior interesse era o do milho Bt, que promete fazer o número de aplicações contra a lagarta-do-cartucho cair de três ou quatro para apenas uma na região.