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Trator de marca e de moda

Além de disputar a preferência do agricultor com tratores e colheitadeiras, as montadoras de máquinas agrícolas também estão ditando moda no campo. A estratégia de marketing, que no final dos anos 90 transformou o brinde em souvenir, muda conceitos e cria um novo estilo de se vestir e presentear. Com o lançamento de produtos vinculados às suas respectivas marcas, as empresas do setor investem em grifes de roupas e objetos de uso pessoal.

Os pequenos quiosques, montados em exposições agropecuárias, e que antes vendiam bonés e camisetas, se transformaram em verdadeiras lojas, com espaço exclusivo e um mix de produtos que na maioria dos casos supera uma centena de itens. A participação em eventos é apenas um dos canais de comercialização, que também estão na rede de concessionárias e começam a buscar espaço em meio ao comércio tradicional, nos grandes centros de compras.

Os produtos vão da linha básica de uso diário, como camisa, calça e botina, a jaquetas, e chapéus. Têm ainda facas, canivetes, kits para churrasco, caipirinha, copos para cerveja e até garrafa térmica. Um dos itens em comum entre as marcas são as miniaturas, réplicas de máquinas compradas por colecionadores para uso decorativo ou como brinquedo para crianças. No caso do vestuário, a maioria das peças ganha a versão feminina, não apenas no tamanho, como no designer.

Com produtos de qualidade e preço competitivo, os resultados já extrapolam uma simples ação de marketing e projetam um novo e lucrativo negócio. No ano passado, o faturamento de apenas duas marcas presentes no Brasil superou R$ 2,5 milhões. A New Holland, montadora com unidade industrial em Curitiba, informa que nos últimos anos a média de vendas foi de aproximadamente R$ 1 milhão. Como as vendas têm relação direta com o desempenho do agronegócio, Elisabete Veiga, responsável pelo projeto Estilo New Holland, destaca que o movimento bruto tem variado de R$ 800 mil até R$ 1,5 milhão.

A John Deere faturou no ano passado R$ 1,5 milhão com os produtos de sua marca. É a única das montadoras no Brasil a ter uma loja fora do ambiente de fábrica. Graciele Libreloto, coordenadora de vendas, explica que é uma tendência que vem dos Estados Unidos, onde está a matriz do grupo. A localização da loja também é estratégica. Ela está em Horizontina (RS), sede de uma das fábricas e cidade que tem um time de futsal patrocinado pela empresa.

Na avaliação de Paulino Marcelo Becker Jeckel, gerente de marketing da Massey Ferguson, "o apego das pessoas pela marca se transforma em estilo de vida". Ele destaca que a qualidade dos produtos faz com que pessoas de fora do meio do agronegócio adquiram os produtos. Paulino explica que a Massey está reestruturando a operação e que existe um interesse da corporação que detém o controle da marca, a AGCO, de padronizar e trabalhar de forma integrada o setor. Em feiras de médio porte, como o Show Rural, em Cascavel, o Território Massey comercializa entre R$ 70 mil e R$ 80 mil, faturamento que passa de R$ 150 mil na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).

A Valtra, outra fábrica consultada, não divulgou seu faturamento. Maria do Carmo Esteves, da empresa responsável pela gestão da marca, destacou apenas que nos dois primeiros dias da Expointer, realizada na semana passada em Esteio (RS), foram comercializados 40 pares de botinas.

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