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A maior oferta mundial de trigo não gera benefícios ao Brasil. De acordo com o último relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda), 731,6 milhões de toneladas do cereal serão produzidas na safra 2015/16, o terceiro aumento consecutivo -- 715,1 milhões na safra 2013/14 e 725,2 milhões (t) na safra 2014/15. Mesmo com tanto trigo disponível, principalmente em função da abundância na Europa Ocidental e na região do Mar Negro, a posição geográfica não permite que os integrantes do Mercosul comprem o produto destes redutos.

“Existem problemas de logística que deixariam o cereal muito caro. Além disso, há questões sanitárias para trazer trigo”, aponta o professor da UPF Ataides Jacobsen. “Tem também a questão de qualidade. O trigo de países como Rússia, Romênia e Ucrânia não atende a necessidade do mercado brasileiro”, complementa. Em 2015, até agosto, o Brasil não havia firmado negócio com nenhum dos três países.

Apesar de o Mercosul não ser público consumidor, as nações do Leste europeu vêm atuando de forma agressiva no mercado internacional. “O trigo russo, ucraniano e romeno está abocanhando mercado na Ásia e Oriente Médio. Eles são agressivos. Querem se tornar o maior exportador mundial”, explica Luiz Carlos Pacheco, da consultoria Trigo & Farinhas. Atualmente, a posição é ocupada pela Europa, que ultrapassou os Estados Unidos no ano passado.

Uma das vantagens é o preço oferecido pelo trio. A tonelada do cereal é vendida por US$ 198, enquanto os EUA comercializam por US$ 212/t.

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