Com a segunda safra tomando os solos do estado, 27% dos produtores de trigo do Paraná já começaram suas plantações, especialmente no Norte do Paraná. Como o plantio deve terminar apenas em julho em todo o estado, há tempo suficiente para produtores que ainda não colocaram as sementes na terra escolherem a opção ideal.
Analista de trigo do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), Hugo Godinho recomenda que o produtor fique atento, sobretudo, a dois fatores. “Primeiro, prestar atenção a qual ciclo do trigo será feita a plantação, conforme a região, em períodos menos suscetíveis à geada”, explica. As geadas, aliás, já se mostraram fatais para plantações de feijão no Sudoeste.
O segundo fator está ligado ao plantio de soja. “Como geralmente o trigo é alternado com a soja, o produtor deve ficar atento para não atrapalhar outras culturas”, explica Godinho.
Dobra estimativa de recuo da plantação de trigo
Até o início do mês de abril, Dados do Deral estimavam área de cultivo de trigo no Paraná em de 1,05 milhão de hectares nesta safra - 4 % a menos que o ano passado. Agora, a mesma estimativa está abaixo de 1 milhão de hectares, redução total de 8% comparada à safra anterior.
Com o menor plantio, a produção consequentemente também teve menor estimativa. Antes era espelhada a colheita de 3,3 milhões de toneladas, o que representa queda de 4% comparada à safra 2015/16. Neste mês, a expectativa do Deral foi atualizada para 3,15 milhões de toneladas - 9% a menos que o período anterior.
A boa notícia, segundo Godinho, é que quem está cultivando o trigo está com a produção acelerada. “Estamos com boas condições, está chovendo bastante, o que está acelerando a produção em comparação ao ano passado. Até mesmo a área de recuo ajuda a fazer o plantio mais rápido”, afirma o especialista.
Sugestões da Embrapa
Aproveitando o cultivo do inverno, a Embrapa traz algumas sugestões de sementes, como a Graúna, Sabiá, Gralha Azul e Sanhaço. A Sabiá, por exemplo, é um trigo indicado para o pão francês. O que chama a atenção, neste caso, é a produção média.
Segundo a Embrapa, na região de Cascavel, em 75 hectares de uma área de produção do Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz (FAG), a semente Sabiá rendeu mais de 180 sacos por alqueire, enquanto que a média da região ficou em 150 sacos por alqueire. Isso significa 20% a mais que a média local.
Neste sentido, é importante sempre que o agricultor observe o tipo de semente que está inserindo na área. “A precocidade é um dos atributos requeridos pelos produtores porque adianta a entrada da cultura subsequente como a soja”, explica o agrônomo José Rafael Azambuja, um dos responsáveis pela condução da produção da FAG. Por esse motivo, é importante a avaliação de um agrônomo antes de comprar as sementes para a terra.
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