A produção nacional de trigo somou 4,2 milhões de toneladas em 2017, 37,9% a menos que em 2016 e o mais baixo resultado em 10 anos, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de dezembro, divulgado nesta quinta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O volume é ainda 17,1% menor do que o estimado no levantamento de novembro. O rendimento médio diminuiu na mesma proporção, previsto em 2.217 kg/ha.
“A chuva na colheita diminuiu um pouco a produção. Além disso, os produtores reduziram a área de cultivo com trigo. Ou não produzem nada, ou esperam o plantio da soja. Foi a menor produção de trigo dos últimos 10 anos”, ressaltou Carlos Alfredo Guedes, analista da Coordenação de Agropecuária do IBGE. “Isso pode trazer problemas. A gente já é grande importador de trigo, importa muito da Argentina, e pode ter de importar mais trigo este ano para abastecer o mercado. Foi basicamente uma questão climática, mas tem a questão de preço também. Os produtores estão reduzindo a área plantada de trigo, os preços não estão animadores, é uma cultura de risco”, completou.
Para a aveia, a produção estimada para 2017 é de 609,1 mil toneladas, retração de 30,2% em relação à projeção do mês anterior. Quanto à cevada, a safra deve alcançar 286,4 mil toneladas, redução de 24,0% em relação a novembro. O rendimento médio caiu 25,9%, embora a área colhida tenha avançado 2,5%.
Segundo o IBGE, os cereais de inverno vêm apresentando repetidas quebras de safra em decorrência de problemas climáticos nos últimos anos. Entre os contratempos estão escassez de chuvas durante o plantio e início do período vegetativo das lavouras, geadas fora de época e excesso de chuvas no final do ciclo no Paraná e no Rio Grande do Sul.
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