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Colheita chega a 10% no Oeste do Paraná. Produção está indo para armazéns | Fa¡bio Conterno/ Gazeta Do Povo
Colheita chega a 10% no Oeste do Paraná. Produção está indo para armazéns| Foto: Fa¡bio Conterno/ Gazeta Do Povo

Com menos de 5% da área de 1,35 milhões de hectares de trigo colhidos, os preços ao produtor desceram novo degrau e já acumulam queda de 21% desde o plantio em abril. Como os moinhos não pagam mais preço mínimo (R$ 33,45 por saca), os negócios ficaram mais lentos.

As cotações em baixa desestimulam as vendas, indica o consultor da Trigo e Farinhas, Luiz Carlos Pacheco. “Os produtores estão esperando uma intervenção do governo [que pode ter de apoiar a comercialização de 40% da safra] ou que o preço, por si só, reaja. Os moinhos estão com bons estoques e não mostram preocupação com o abastecimento”, explica.

O governo sinaliza com a possibilidade de realizar leilões, mas não há data, nem volume definidos. Os alertas de entidades como a Federação da Agricultura do Estado do Paraná vêm sendo lançados há três meses.

Produtividade

Outras incertezas que rondaram a safra começam a ser esclarecidas. O efeito das chuvas no Oeste do Paraná, primeira região a colher no estado, foram menos prejudiciais do que se esperava. Segundo o agrônomo da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab) Carlos Hugo Godinho, as quebras são pontuais e não devem afetar o resultado final da safra paranaense.

O excesso de umidade facilitou o surgimento de brusone, fungo que mais afetou o cereal, conforme Godinho, principalmente nas lavouras plantadas mais cedo. Outra doença, a giberela, atrapalhou o desenvolvimento do trigo semeado pelo produtor Luciano Barzotto, de Cascavel. “Esperava de 50 a 55 sacas por hectare, mas estou colhendo só 30. Com esse preço e produtividade, o prejuízo é certo”, pondera.

Apesar disso, a cooperativa Coopavel elevou sua estimativa inicial de produção em 10 mil toneladas (120 mil toneladas no total). Somente uma parte das lavouras mais adiantadas foi afetada pelas doenças relacionadas ao clima. “A expectativa de rendimento era de 2,89 mil kg/ha, mas essas áreas atingidas estão rendendo 2,7 mil kg/ha em média”, diz o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli. A colheita chega a 10% na região.

O acréscimo na projeção de safra foi motivado pela parcela dos trigais plantada mais tarde. “Nessas lavouras, o rendimento é de 3,6 mil kg/ha. Aumentamos porque temos mais lavouras nessas condições”, explica Grolli. A Coopavel instalou moinho para garantir liquidez à produção dos cooperados, mas segue preço de mercado. Dessa forma, também depende do interesse dos triticultores em escoar a produção.

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