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Buenos Aires - A Bolsa de Cereales revisou na última semana a área de trigo plantada na Argentina em 2014 e fez projeção para a próxima safra, que começa neste mês. Com isso, a base de comparação passou de 4,2 milhões para 4,4 milhões de hectares. E a estimativa é que, em 2015, os produtores plantem 4,1 milhões de hectares. Ou seja, deve haver 7% menos lavouras de trigo no principal fornecedor brasileiro desse cereal.

As eleições presidenciais de outubro estimulam a produção entre os agricultores que acreditam numa política menos travada de exportações a partir de 2016, mas por outro lado espalham incerteza e deixam o campo retraído, afirma Juan Brihet, técnico do Departamento de Estimativas e Projeções Agrícolas da Bolsa de Cereales. “O que prevalece é um recuo de 7% no plantio. E deve haver redução também no uso de tecnologia. O momento é claramente desfavorável a investimentos elevados na produção de inverno.”

A área de 4,1 milhões de hectares equivale à média dos últimos anos. Na última temporada, a produção foi de 11,75 milhões de toneladas, conforme a Bolsa de Cereales. As projeções de véspera de plantio apontam que, no próximo ciclo, o mercado vai dispor de 1 milhão de toneladas de trigo a menos.

“Com as retenções cobradas nas exportações [de até 35%] e os bloqueios às vendas externas, não temos perspectiva de lucro no inverno. Por isso, plantamos o mínimo de trigo possível. Nossa única chance de lucrar na produção de grãos é com a soja”, lamenta o produtor Budy Ulfo, que cultiva grãos próximo a Pergamino (província de Buenos Aires), uma das regiões mais produtivas do país. Faz dois anos que ele não planta trigo. Só deve retornar a cultura a partir de 2016. Os agricultores esperam redução gradual nas retenções cobrada sobre os cereais.

Com plantio menor, a disponibilidade de trigo para exportação tende a passar de 5 milhões a 3 milhões de toneladas na Argentina, um recuo aos patamares de um 2012/13.

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