Demorou, mas saiu. Conforme antecipamos na coluna da semana passada, o governo federal confirmou a intervenção no mercado do trigo. A portaria que libera R$ 150 milhões para apoiar a comercialização do cereal foi assinada na sexta-feira pelos ministros da Fazenda, do Planejamento e da Agricultura. Isso mesmo, por três ministros. O que guarda a chave do cofre, o que cuida da destinação dos recursos e aquele que em tese cuida da agricultura.
O primeiro leilão está marcado para a próxima sexta-feira, 02 de dezembro. O recurso será aplicado em operações de leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) e Prêmio para Escoamento do Produto (PEP). A intenção é intermediar a comercialização de 215 mil toneladas, sendo 100 mil para o Paraná, 100 mil no Rio Grande do Sul e 15 mil para Santa Catarina. O objetivo é garantir o preço mínimo ao produtor de R$ 644,17/tonelada ou R$ 38,65/saca para o trigo pão tipo 1. No Paraná, estado que produz mais de 60% do trigo nacional, na semana passada a cotação fechou a R$ 34,82/saca na média da sexta-feira.
A demora e a necessidade do aval de três ministérios na intervenção se explicam pelo interesse não apenas do poder público, como do setor privado. Neste caso, mais dos moinhos do que do produtor. Quem espera o apoio do governo, isso desde setembro, há quase três meses, quando o preço pago pela saca de 60 quilos veio abaixo do mínimo, é o produtor. Desde então, além de não aferir renda com a produção, o produtor de trigo não está cobrindo nem os custos de produção.
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