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Preços em queda

Produtores do PR vendem 100% do trigo previsto em leilão da Conab

A oferta é grande (a produção nacional deve bater em 6,5 milhões de toneladas, fora os 3,5 milhões (t) de trigo importado) e os preços mal cobrem os custos de produção. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
A oferta é grande (a produção nacional deve bater em 6,5 milhões de toneladas, fora os 3,5 milhões (t) de trigo importado) e os preços mal cobrem os custos de produção. (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

No primeiro leilão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para apoiar a comercialização de trigo na região Sul do país, o resultado destoou conforme os prêmios. Para o Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural), a subvenção negociada chegou a 86% das 107,5 mil toneladas previstas (no Paraná, o índice chegou a 100% para as 50 mil (t) disponibilizadas); já no caso do PEP (Prêmio para Escoamento de Produto), negociação ficou em, apenas, 34,2% das também 107,5 mil (t) previstas.

Segundo o técnico de operações da Conab no Paraná, Eugênio Stefanelo, a diferença foi motivada por um movimento de mercado. “No caso do Paraná, no Pepro, em que o pagamento é feito ao produtor, as cooperativas estavam bem organizadas e sabiam como proceder; já no PEP, que é pago aos moinhos, às indústrias, às empresas, acredito que houve uma espera para ver como seria o resultado, como o mercado iria se comportar. Tanto que a negociação de PEP no estado ficou em 22% do previsto”, explica. Isto porque as cooperativas, que possuem estrutura de escoamento para o nordeste, atuaram também nesta modalidade.

Em Santa Catarina, salienta o técnico da Conab, a lógica foi a mesma, ao passo que no Rio Grande do Sul, o caminho foi o inverso: “lá, houve mais negociação de PEP. Acredito que as empresas irão exportar ou já tinham estrutura de escoamento, também”. Para os próximos leilões, Stefanelo acredita que a procura pelo PEP deva ser maior nos três estados.

Cobrança

A medida veio após um longo período de espera por parte do setor, conforme antecipou o colunista Giovani Ferreira. A oferta é grande - já que a produção nacional deve bater em 6,5 milhões de toneladas, fora os 3,5 milhões (t) de trigo importado - e os preços atualmente mal cobrem os custos de produção. A situação levou o governo a intervir no mercado e autorizar R$ 150 milhões em subvenções. O objetivo é garantir o preço mínimo ao produtor de R$ 644,17/tonelada ou R$ 38,65/saca para o trigo pão tipo 1. No Paraná, estado que produz mais de 60% do trigo nacional, as cotações estão abaixo de R$ 35/saca. Novos leilões de mais 285 mil toneladas do produto estão previstos para o próximo dia 9.

Modalidades

Os recursos do governo federal foram disponibilizados em duas modalidades, PEP e Pepro. Na primeira, o Prêmio para Escoamento de Produto, o pagamento é feito ao comprador que deve comprovar a remuneração ao produtor pelo preço mínimo. Já na segunda, o pagamento é feito ao produtor rural ou as cooperativas. As últimas operações de subvenção realizadas pelo governo federal haviam sido realizadas em 2013 (PEP de laranja) e em 2015 (Pepro de borracha).

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