Moinhos estão enfrentando disputa acirrada para encontrar trigo de boa qualidade para o processamento| Foto: Albari Rosa / Gazeta Do Povo

Para administrar o cenário de escassez na oferta de trigo, o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) prorrogou nesta segunda-feira (09) a isenção da cobrança da Tarifa Externa Comum para a compra do cereal produzido fora do Mercosul. A medida barateia em 10% as aquisições oriundas de países como Estados Unidos e Canadá, que se tornaram os principais fornecedores externos nesta safra.

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O anúncio é feito num momento em que o Paraná estima quebras superiores a um milhão de toneladas devido à ocorrência de geadas nos meses de julho e agosto, que dizimaram boa parte da produção do estado. Antes disso, a Argentina já havia restringindo as vendas do cereal para o Brasil, limitando a oferta local.

"O aumento do prazo e a complementação da cota foram motivados pelas atuais condições do mercado brasileiro, com escassez provocada pela quebra da safra no Paraná, o principal produtor nacional, e na Argentina, o principal fornecedor externo do Brasil", justificou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A autorização está limitada a uma cota de 400 mil toneladas. Com isso, um total de 2,7 milhões de toneladas já foi liberado para a aquisição com redução tarifária.

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A decisão da Camex também levou em conta a redução dos estoques da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e o impacto inflacionário do produto, cujos preços estão em valores recordes no mercado interno pela baixa oferta – a colheita da safra nacional está apenas no seu início.

"O Conselho de Ministros está acompanhando a evolução do mercado brasileiro de trigo e monitorando seus efeitos na economia, com a preocupação de resguardar também os interesses do agricultor nacional", afirmou o ministério, referindo-se ao impacto que uma cota adicional livre de tarifa teria para os preços do trigo brasileiro.