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Trio da soja conquista 50% do mercado

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Conteúdo publicado originalmente em 03 de maio de 2011.

Embora coloquem a América do Sul no topo do ranking das regiões exportadoras, os números ainda são insuficientes para retirar dos Estados Unidos a maior influência no mercado das commodities agrícolas. Sozinho, o país exportou mais de 40 milhões de toneladas de soja. Esse quadro, porém, vem mudando a cada safra. Dez anos atrás, os produtores norte-americanos exportaram 2 milhões de toneladas de soja a mais que Brasil, Argentina e Paraguai juntos. Agora, estão vendendo 6,7 milhões de toneladas a menos.

"Os norte-americanos são os maiores exportadores de soja do mundo. Por isso devem continuar formando preços", lembra Steve Cachia, analista de commodities da Cerealpar, de Curitiba.

Por outro lado, ao mostrar capacidade em atender a crescente demanda internacional, a América do Sul tem chamado cada vez mais a atenção do mundo, considera.

As exportações da Amércia do Sul crescem mais que a média no mercado internacional. Em dez anos, a diferença foi de 83% (mundo) para 98% (trio sul-americano), conforme análise da Expedição Safra Gazeta do Povo com base em números do Departamento de Agri-cultura dos Estados Unidos (USDA).

O consultor de gerenciamento de risco da FC Stone, Glauco Monte, explica que esse comportamento está associado ao potencial de expansão agrícola do continente e tem favorecido principalmente o Brasil. "Os Estados Unidos não têm mais como crescer em produção. Com a demanda extremamente aquecida, especialmente pela China, e os eventuais problemas de safra na Argentina, o Brasil é o país que melhor atende o consumo", avalia.

Em um ano, por exemplo, as exportações brasileiras de soja subiram 4,2 milhões de toneladas – de 28,6 milhões de toneladas para 32,8 milhões de toneladas. Já as vendas argentinas do grão recuaram 2 milhões de toneladas no mesmo período.

A tendência é que as notícias sobre o andamento da safra na América do Sul sejam cada vez mais procuradas pelos investidores de todo o mundo, dizem os analistas. O consultor da FC Stone cita um caso para comparar a influência do continente sobre os preços na Bolsa de Chicago. De acordo com Monte, a confirmação de uma boa safra nos três países que integram o Cone Sul impediu que os contratos mais próximos da oleaginosa, como o março/11 e maio/11, se valorizassem tanto quanto os vencimentos mais distantes, como o novembro/11, que é referente à safra norte-americana.

Ele observa ainda que quando a produção de grãos é positiva na Argentina e no Brasil, as vendas externas dos Estados Unidos perdem ritmo, como foi o caso do ano passado.

O analista da Cerealpar lembra que os compradores atuais buscam garantir o abastecimento em épocas de entressafra norte-americana, o que acaba favorecendo Brasil e Argentina. "Além da China, o mercado espera que a Índia comece a aparecer mais em busca de alimentos. As perspectivas são boas", projeta Cachia, que acredita em aumento de produtividade no Brasil, acompanhando a expansão da área plantada.

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