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O resultado da colheita pode ter impacto ainda maior em setores ligados diretamente à agricultura, como o de vendas de insumos e máquinas agrícolas, chegando a reduzir postos de trabalho, aponta um estudo encomendado pela Comissão Temática de Seguro Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A pesquisa revela que a redução de 408 quilos por hectare na produtividade média da soja no Paraná – equivalente a 10% do rendimento médio – resultou em um prejuízo de quase R$ 1 bilhão à economia do estado em 2010. Além do prejuízo econômico, mais de 30 mil postos de trabalho foram afetados. Em âmbito nacional, a redução de 10% na oferta de produtos colhidos provoca um rombo de R$ 5,1 bilhões, considerando valores correntes de 2011, sem considerar o montante que deixou de ser arrecado pelo estado com tributos em 2010.

Com base em um método desenvolvido por universidades de São Paulo, o estudo aponta que o custo da prevenção de uma quebra de 10% na safra seria de R$ 4,07 bilhões – R$ 1 bilhão a menos do que o prejuízo registrado. O valor não iria recompor as perdas de produção, mas amenizaria uma avalanche negativa na economia e impediria que o agricultor se endividasse, deixando de investir no campo. Com isso, a variação de preços dos alimentos seria menos expressiva para o consumidor final.

Depois dos tropeços recentes, o setor está se articulando e pede que um novo planejamento seja feito por parte do governo federal. "Estudei a fundo esse assunto durante cinco meses e estou convencido de que um seguro agrícola só é viabilizado com o apoio do governo, através de subvenção ao prêmio", afirma Alexandre Mendonça de Barros, sócio-diretor da MB Agro e coordenador da pesquisa. Uma das causas para a baixa adesão ao seguro agrícola no Brasil está relacionada com o descumprimento do plano trienal estabelecido pelo governo com as seguradoras em 2007. Desde então, o valor liberado pela União nunca atingiu o orçamento previsto. Somente em 2009 a cifra programada pelo governo para subvenção ao seguro superou o valor do plano trienal. "Era para termos crescido, mas o recurso empenhado não foi executado e o pouco que foi liberado saiu atrasado. Quando isso acontece, os custos do prêmio ficam mais altos para as seguradoras", analisa Barros.

Para a safra 2012/13, o governo prevê gastar R$ 400 milhões com o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), quase o mesmo valor orçado em 2011. Com essa cifra, seria possível elevar para 15% a cobertura do seguro agrícola no país, estima Pedro Loyola, economista da Federação da Agricultura do Paraná (Faep) e especialista em seguro agrícola. Mas para que isso ocorra é preciso que o governo libere o dinheiro na época em que o produtor está planejando a temporada, ou seja, antes do plantio.

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