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Turismo rural garante renda para agricultores e diversão familiar

Loja de artesanato na Colônia Murici, na RMC. Turismo completo: passeios, alimentação e compras. | Pedro Serapio / Gazeta do Povo
Loja de artesanato na Colônia Murici, na RMC. Turismo completo: passeios, alimentação e compras. (Foto: Pedro Serapio / Gazeta do Povo)

O turismo rural está crescendo no Paraná. A atividade virou uma alternativa lucrativa de renda para pequenos agricultores que aproveitam a estrutura do campo para encantar os turistas. De acordo com o Instituto Emater, o turismo rural cresceu 35% de 2014 para 2015.

Responsável por 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros, a chamada agricultura familiar é o setor que mais apostou neste segmento. Além da produção de frutas, verduras e legumes, as pequenas propriedades rurais ganharam estacionamentos, restaurantes, quartos e passeios.

Na Colônia Murici, em São José dos Pinhais, o casal Eduardo Malchow e Alexandra Leschnhak produz hortaliças, morangos orgânicos, alguns grãos e leite. Após a visita de algumas escolas resolveram investir no turismo pedagógico e. Em 2010, criaram o Rancho Caminho das Águas. “Há oito anos fazemos feira em Curitiba que nos ajuda a manter esse sonho. Mas não dá para depender apenas da agricultura. Queremos ter outra fonte de renda, por isso nossa intenção é expandir o negócio”, afirma Alexandra.

“Se levarmos em conta os diversos fornecedores que cada um dos empreendimentos de turismo rural possui, desde o agricultor que vende hortaliças para restaurantes rurais até a fabricante de rolhas para as vinícolas, toda uma cadeia de produtos e serviços é movimentada, cada uma recolhendo impostos e gerando divisas para o município”, afirma o diretor de turismo de São José dos Pinhais, Antonio Marcos Chupel.

Para a coordenadora de turismo rural da Região Metropolitana de Curitiba, Marilda Baduy, a atividade ganhou força a partir de 2004 e, apesar de pouco explorada, já tem trazido bons resultados para muitos produtores.

É o caso da família da Ana Bernadete Grockoski. Filha de pequenos agricultores, em 2010, ela e o marido abriram o café colonial Kawiarnia, o primeiro da Colônia Murici. O negócio deu tão certo que já se tornou a principal renda da casa. “Minha família continua na lavoura com a criação de animais, produção de manteiga, verduras e milho, mas o café colonial é nossa principal fonte de renda. Começamos com 60 lugares para o público e expandimos para 150”, conta.

Desafios

Um dos maiores desafios do Instituto Emater é preparar os agricultores familiares para abrir a propriedade e acreditar no potencial do turismo. Por isso, a entidade trabalha com parcerias e capacitação para orientar famílias na gestão da nova atividade. “O trabalho do Emater é essencial pois está ajudando a desenvolver os negócios de cada produtor”, afirma a presidente da Associação de Moradores, Comerciantes e Agricultores da Colônia Murici (Amcam), Roseli Iedoski Fontes.

Para o presidente da Paraná Turismo, Jacó Gimennes, a legalização da atividade é outra dificuldade do setor. “As questões legais advindas com a legislação mais voltada para o turismo em áreas urbanas cria dificuldades para o agricultor se formalizar como empreendedor de turismo”, explica Gimennes.

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