Mercado e consumidores estão cada vez mais exigentes. Quando o produto em questão é o café do Paraná, uma somatória de esforços já produziu bons frutos. Temos um dos melhores cafés do Brasil, mas a trajetória de investimentos e modificações não pode parar. Torna-se cada vez mais necessário obter maior produtividade, redução de custo unitário, visão empresarial, organização e parcerias.
Neste sentido, no início dos anos 90 foi criado o Plano Integrado para Revitalização da Cafeicultura, no qual o governo do Paraná, junto com todas as entidades públicas e privadas do setor, se uniram para implantar uma nova cafeicultura, dentro de um novo modelo tecnológico.
O objetivo inicial de recuperar rapidamente a produtividade média das lavouras foi alcançado. A média obtida até 1995, que oscilava entre 5 a 10 sacas 60 kg/ha, passou, a partir de 1996, para 15 a 22 sacas 60 kg / ha. Apesar da redução significativa da atual área cultivada, para menos de um terço da existente no fim da década de 80, a produção vem se mantendo em níveis mais estáveis nas últimas safras, demonstrando seu potencial de rápida recuperação após um ano de geadas.
Conclui-se, portanto, que é possível transformar substancialmente o sistema de produção de uma região. O plantio do café adensado é o grande responsável por esta mudança. Além de aumentar a produtividade média, o modelo proporciona rápida recuperação da produção após a ocorrência de geadas severas, dando maior estabilidade aos pequenos cafeicultores, base da atividade no Estado. Isso permite a eles se manter na atividade com lucro, mesmo em períodos de preços baixos.
Ademais, a somatória dos esforços destaca a qualidade do nosso café. A imagem negativa do café do Paraná vem sendo revertida para um estado com produto de alta qualidade. Resultados positivos também são obtidos pelos concursos de qualidade coordenados pela Câmara Setorial do Café.
É importante, dos pontos de vista econômico e social, para o estado e para os produtores, continuar o processo de transformação da cafeicultura, substituindo as lavouras velhas e de baixo potencial de produção por lavouras novas e mais adensadas, dentro de um programa de diversificação das propriedades.
É fundamental elevar gradativamente a área total de café, para cerca de 150 mil a 200 mil hectares, e estabilizar a produção em torno de 3 a 4 milhões de sacas por ano, para tornar o estado, não só auto-suficiente para atender as indústrias e exportadores locais, mas também para suprir o mercado dos demais estados da região Sul e os países do Mercosul.
Para que os cafeicultores possam investir com maior segurança na atividade, é preciso viabilizar fontes de financiamentos destinados à agricultura familiar, além do seguro agrícola. Investir mais e melhor na qualidade é fator imprescindível. Para a sustentabilidade do produtor e do setor cafeeiro é também essencial que as ações governamentais continuem, coordenadas com as da iniciativa privada.
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