A edição de hoje do Agronegócio registra que o setor vem sendo recompensado pela quebra climática da temporada 2011/12. Seja pelo resultado da safra de inverno (milho e trigo, com a colheita em fase final) ou pelas perspectivas do cultivo de verão (soja e milho, com plantio em fase inicial). Porém, o momento do agronegócio não se resume a isso. Decisões importantes na esfera política exigem atenção do setor.

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Na temporada passada, a seca foi cruel com a produção de grãos de estados como o Paraná levando embora um terço da produtividade no Oeste e no Centro-Oeste. Mas tudo pode ficar para trás se as previsões climáticas atuais se confirmarem. Com El Niño, a lucratividade dos produtores de soja que fazem seu dever de casa será excelente, conforme os especialistas ouvidos pela reportagem.

Para muitos, o momento é de recuperação. Para outros, de comemoração e até de euforia. No entanto, para os que acompanham as decisões sobre o Código Florestal e a política de comercialização da safra de inverno, o quadro é de expectativa.

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O Senado deve votar nesta terça a medida provisória do Código Florestal, que vence dia 8 de outubro. O texto aprovado pela Câmara na semana passada alterou a medida mínima das áreas de preservação à margem de rios para médias propriedades e estabeleceu limites para cobrança em caso de déficit, beneficiando produtores que têm cerca de 200 a 250 hectares. Porém, a presidente Dilma Rousseff é contra essas alterações e, se não for convencida de que elas não implicam em destruição ambiental, deverá se expressar com veto.

Além disso, o Agronegócio vem mostrando que a comercialização de trigo não ganha ritmo, mesmo com queda na produção em âmbito internacional, devido aos leilões de estoques públicos armazenados no Rio Grande do Sul. Produtores paranaenses e gaúchos correm o risco de dar a cara na porta na hora de vender a safra e cobram a suspensão dos editais até novembro, quando termina a colheita.

Além das perspectivas do campo e do mercado, as decisões políticas e governamentais exercem influência direta sobre o agronegócio, no médio e no longo prazo. O monitoramento e a articulação tornam-se essenciais para que o trabalho bem feito, dentro da porteira, tenha resultados efetivos.