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O risco climático existe, mas não assusta os produtores da comunidade de Nova Santa Rosa, distrito do município de Uruçuí, no Sudoeste do Piauí. Depois de desbravar o chapadão no alto da Serra Branca, que 12 anos atrás era tomado por cajueiros, e fazer a soja movimentar a economia do estado, eles começam a apostar também no milho safrinha. Numa região em que o regime de chuvas rigoroso dificulta o cultivo de uma segunda safra sem irrigação artificial, os paranaenses e gaúchos que formaram a comunidade têm tirado quase 4 mil quilos do cereal por hectare no inverno. Um resultado respeitável para uma lavoura que custa perto de R$ 1 mil por hectare – aproximadamente metade do desembolso demandado no verão – e enfrenta parte da estação seca do Centro-Norte do país, que vai de abril a setembro.

Estratégia é aproveitar umidade ao máximo

O cultivo do milho safrinha no Piauí exige antecipação do plantio da soja. Para aproveitar ao máximo a umidade da época chuvosa e potencializar os resultados, os agricultores precisam largar as sementes da oleaginosa no campo ainda em outubro, um mês mais cedo que o normal para a Região Centro-Norte. Assim, quando as colheitadeiras começam a varrer as lavouras de verão, em fevereiro, as plantadeiras seguem logo atrás com sementes de milho. A pujante indústria de carne do Nordeste brasileiro, que demanda ração o ano todo e, em algumas épocas, chega a pagar pela saca do cereal valores bem superiores aos praticados no Sul do país, celeiro do milho no Brasil, incentivam as apostas de risco no Sul piauense.

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