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Usinas priorizam produção de etanol no início da safra de cana

Até nove usinas deixarão de operar devido à menor oferta de cana ou por estarem endividadas  quatro de São Paulo, três do Paraná, uma no Rio de Janeiro e outra, em Mato Grosso do Sul. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Até nove usinas deixarão de operar devido à menor oferta de cana ou por estarem endividadas quatro de São Paulo, três do Paraná, uma no Rio de Janeiro e outra, em Mato Grosso do Sul. (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

A safra 2018/19 de cana-de-açúcar começou com as usinas instaladas no centro-sul do país priorizando a produção de etanol e com até nove unidades paralisando as operações.

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (15) pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), que representa os principais grupos sucroenergéticos do centro-sul, principalmente de São Paulo, maior estado produtor.

Foram moídas 22,21 milhões de toneladas de cana na primeira quinzena de abril, alta de 25,64% em relação às 17,68 milhões de toneladas do mesmo período na safra passada. Desse total, 68,5% foram destinados a produzir álcool, enquanto na safra passada, no mesmo período, o percentual estava em 60,63%.

O crescimento na moagem foi praticamente todo destinado à produção do combustível, já que a produção de açúcar foi praticamente igual 713,77 mil toneladas agora, ante as 707,22 mil toneladas em 2017.

Foram fabricados 993,26 milhões de litros de etanol, alta de 44,65% em comparação com os 686,66 milhões da safra passada.

Desse total, 856,29 milhões de litros foram de etanol hidratado, utilizado diretamente no abastecimento de veículos nos postos. Já o etanol anidro, que é misturado à gasolina antes da comercialização, teve produção de 136,97 milhões de litros.

De acordo com o diretor-técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, as vendas de hidratado ao mercado interno começaram aquecidas desde o início da safra, o que justifica a priorização ao combustível. “Devem ser ampliadas nas próximas semanas quando a queda de preço observada no produtor for integralmente repassada aos consumidores”, disse. Para ele, o preço ao consumidor já deveria ter caído R$ 0,23 por litro, para seguir a redução dos preços praticados nas usinas.

Sem cana

Segundo a entidade, até nove usinas deixarão de operar devido à menor oferta de cana ou por estarem endividadas quatro de São Paulo, três do Paraná, uma no Rio de Janeiro e outra, em Mato Grosso do Sul.

Das 278 usinas do centro-sul, 170 moeram cana na primeira quinzena do mês, oito a mais que as 162 do mesmo período em 2017. A previsão é que outras 57 iniciem a moagem até o fim do mês. A safra 2017/18 terminou oficialmente no centro-sul do país no dia 31 de março, com queda na moagem de cana-de-açúcar em relação à safra passada.

O centro-sul processou 596,31 milhões de toneladas entre abril de 2017 e o último dia 31, redução de 1,78% em relação às 607,14 milhões de toneladas moídas na safra anterior. Apesar disso, a produção de etanol e de açúcar foi superior à da última safra, graças à qualidade da matéria-prima.

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