A contínua expansão da produção vem exigindo uso cada vez maior de fertilizantes no Brasil. O consumo chegou a 24,6 milhões de toneladas em 2007 e, apesar de ter caído 8,9% no ano passado, deve continuar crescendo nos próximos anos, prevê a indústria. Mesmo quem defende o uso racional, aposta na ampliação desse índice.

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"As lavouras do Brasil aproveitam em média 50% do adubo aplicado. Em algumas áreas, o aproveitamento não passa de 10%. Temos solos muito pobres, não há como deixar de usar fertilizantes, mas podemos melhorar muito em eficiência e eficácia", afirma o pesquisador Djalma Martinhão, da Embrapa Cerrado.

O pesquisador defende que a racionalização, através de medidas como a correção da acidez, apesar de não frearem o aumento no consumo, podem reduzir a dependência das importações. Em sua avaliação, dificilmente o Brasil conseguirá produzir todo o potássio e o nitrogênio necessários para daqui dez anos.

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A Embrapa considera que, num intervalo de 15 anos (1992/2007), o uso de fertilizantes agrícolas foi elevado em 2,6 vezes. No mesmo período, a produtividade dobrou. Boa parte do aumento da produção de grãos é relacionada ao maior e mais racional uso de adubos.

Em 2002, uma tonelada de adubo custava 17,6 sacas de soja, índice que subiu para 26,3 no ano passado e deve passar de 25 sacas neste ano, conforme números da Embrapa e da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda), que representa a indústria.

E o Paraná está entre os estados que mais gastam com fertilizantes. No ano em que o país consumiu 24,6 milhões de toneladas (2007), o estado comprou 3,4 milhões de toneladas (14%), pouco menos que São Paulo (3,84) e Mato Grosso (4,02). O investimento no Brasil é superior a R$ 20 bilhões, considerando o preço da soja da última semana.

A previsão de que os preços dos fertilizantes devem continuar subindo até 2012 no mundo inteiro é outro argumento em defesa do uso racional, cita Martinhão. A Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) concorda. Segundo estudo da entidade, a participação dos adubos nos custos de produção deu um salto entre as safras 2003/04 e 2008/09, de 18% para 26,5% no trigo, de 12% para 17,5% na soja e de 21,5% para 29% no milho.