Marcas acreditam numa “sobrevida” do mercado no segundo semestre.| Foto: Foto: Henry Milla©o/gazeta Do Povo

As estratégias agressivas das indústrias de máquinas agrícolas, que incluem bônus na hora da compra, peças grátis nas revisões, consórcio e até eventos hollywoodianos, parecem não surtir efeito em 2015. Dados mais recentes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostram que o setor atravessa um ano bem pior que o esperado.

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No acumulado de 2015, 32.931 máquinas deixaram as concessionárias para ganhar o campo, 28,3% menos em relação ao mesmo período do ano passado (45.919 unidades). Os números, inclusive, contrariam previsão das próprias marcas de que o segundo semestre registraria vendas melhores em relação aos primeiros seis meses. Os negócios concretizados em julho e agosto ficaram abaixo dos realizados em março, abril e junho.

“No primeiro semestre teve a troca de ministros. Praticamente dois meses sem as coisas estarem definidas. Isso não acontece no segundo semestre”, diz Leonel Oliveira, gerente de vendas da Massey Ferguson. “As vendas devem superar em 15% as do primeiro semestre”, complementa.

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Para o Flávio Alberto Crosa, diretor de vendas da Agrale, existe uma crise de confiança que atinge inclusive o agronegócio, apesar de o setor não apresentar o mesmo grau de problemas da economia em geral. “O mercado agrícola acaba afetado também. Os bancos estão mais seletivos [ para liberar crédito]. O pessoal acaba desistindo de novos negócios”, diz.

Caso seja mantida a média de vendas de 2015 nos últimos quatro meses, o setor não deve atingir 50 mil máquinas na temporada, o que seria o pior desempenho desde 2007, com 38,3 mil unidades.

2016

O fim do ano não é garantia de que a indústria de máquinas terá vida fácil no futuro. A expectativa do setor é de que as vendas em 2016 mantenham o patamar de 2015.“O planejamento é fechado em outubro, mas já está em desenvolvimento. E as conversas preliminares são de que 2016 será muito parecido com esse ano. Existe projeção de continuidade do El Niño, o que garante uma boa safra 2015/16”, explica Oliveira.

De acordo com meteorologistas, o fenômeno climático provocado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico está ocorrendo de forma mais intensa, e deve se sustentar até meados de 2016. O quadro promete condições mais favoráveis para a safra de verão no centro-sul.Diante de um cenário pouco promissor, algumas marcas procuram alternativas para alavancar os negócios. “Temos algumas expectativas no mercado externo. Devem dar sustentação e, até mesmo, ajudar a recuperar a queda”, planeja Crosa.

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Colaborou José Rocher.

27,3 mil

tratores de roda foram comercializados nos oito primeiros meses de 2015. O número é praticamente 10 mil unidades menor em relação ao mesmo período de 2014.

6,9 mil

máquinas foram exportadas entre janeiro e agosto deste ano. No ano passado, com o mercado internacional mais aquecido, o número passava de 9 mil unidades.

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