No Rio Grande do Sul, houve produtores gaúchos que apostaram alto. Ivan José Mecca, que planta 200 hectares de soja em Sertão, comprometeu nada menos que 70% da produção esperada. Ele não resistiu às cotações de R$ 50 e R$ 51/sc, que duraram poucos dias mas garantiram margem de lucro de pelo menos 30% da renda bruta. "Estou investindo R$ 200 a mais por hectare (R$ 950) e espero uma das melhores colheitas", acrescenta.
Os contratos começaram a ser firmados a partir do momento em que os preços atingiram R$ 47 por saca, mas houve picos de R$ 50, relata o diretor de Produção Vegetal da cooperativa Cotrijal, de Não-me-Toque (RS), Gelson Melo de Lima. "Quem vendeu antecipado fez muito bom negócio. Os contratos de troca de produto por insumo permitiram inclusive redução de custo", avalia. O agricultor que comprometia 14 sacas de soja por hectare, por exemplo, agora está vendendo 16 sacas antecipadamente na compra de insumos.
No Paraná, o produtor Leucir Brocco, de Pato Branco, no Sudoeste do estado, relata ter vendido 35% da produção de soja antecipadamente por cotações de R$ 46 a saca. Nesta mesma época do ano passado, ainda não tinha começado a comercializar a produção. O que mudou, segundo ele, não foram apenas as cotações. "Em 2010, as oportunidades de negócios concretos surgiram mais tarde". Entretanto, a média que ele alcançou na safra passada está bem próxima do preço atual: R$ 44 por saca.
Lucro baiano
Em Formosa do Rio Preto, oeste da Bahia, o produtor Luiz Pradella comercializou de forma antecipada 45% da safra de soja. No ano passado, o montante tinha sido de 30% da produção. Pradella negociou por R$ 46 a saca, sendo que o pagamento vai ocorrer no dia 30 de maio de 2012. Se a soja fosse vendida hoje, no máximo, conseguiria R$ 42 por saca.
"Eu estou tranquilo quanto a negociação, pois nunca tínhamos vendido tanto antes, e também porque nem iniciamos o plantio ainda e não temos histórico de vendas antecipadas", explica o produtor baiano.
Oportunidade perdida
Apesar do crescimento da vendas antecipadas e da afirmação dos especialistas de que foi um ótimo negócio, há também agricultores que viram a oportunidade passar. Em Santa Catarina, diante de tantos produtores satisfeitos com as vendas iniciais, Evandro e Everson Guerra, que plantam cerca de 1 mil hectares de soja em Abelardo Luz, Oeste do estado, e vendem a produção para semente, lamentam a perda de oportunidade. "Tenho a impressão de que o cavalo encilhado passou e nós não montamos nele", relata Everson. Eles estão pressionando as sementeiras a abrir a possibilidade de fixação de preço na época do plantio da próxima safra. "Ainda não vendemos nada porque não tínhamos essa opção", complementa.
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