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Vendas dão salto e desafiam mercado

As vendas de máquinas agrícolas cresceram 51,7% em todo o país no primeiro semestre, conforme relatório da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), e desafiam o setor a sustentar o comércio aquecido nesse patamar durante a safra 2010/11. A previsão de que, ao fim de 2010, a evolução sobre 2009 vai ser de 20% foi mantida pelas indústrias, apesar de os índices atuais estarem acima do esperado. A corrida para compra de máquinas é atribuída ao aumento da produtividade no campo e, principalmente, aos programas oficiais de financiamento, que oferecem juros negativos (abaixo da inflação) agora também para médios e grandes produtores. Esses incentivos estão superando com folga o desestímulo que vem da queda de cerca de 10% nos preços internos de soja, milho e trigo acumulada desde janeiro, conforme estudo da Federação da Agricultura do Paraná (Faep).

O setor conseguiu vender 34.982 máquinas agrícolas de janeiro a junho, ante 23.058 registradas no primeiro semestre de 2009, quando a crise internacional limitava as vendas internas. A demanda por tratores de pequeno porte, que alimentaram o comércio no ano passado, continuou alta, com incremento acima da média para as máquinas maiores. As colheitadeiras tiveram alta de 57%. Para continuar elevando as vendas no segundo semestre, a indústria terá de distribuir mais de 32.254 máquinas até dezembro, marca atingida nesse período em 2009.

"A produção de cana aumentou e a de grãos se recuperou bem neste ano. O PSI (Programa de Sustentação do Investimento) alavancou bastante as vendas de máquinas. No segundo semestre o crescimento talvez não se mantenha em 50%, mas o índice deve continuar positivo", afirma o diretor comercial da New Holland, Luiz Feijó. A empresa vendeu 6 mil tratores de pequeno porte por meio do Trator Solidário, programa do governo do Paraná direcionado à agricultura familiar, desde 2008.

Apesar da grande dúvida que pesa sobre os índices a partir de agora, os revendedores mostram-se animados. "Os preços dos produtos agrícolas baixaram, mas os custos também", avalia Marcelo Macedo Gonçalves, diretor comercial da Mac Ponta, maior loja da John Deere da América Latina, localizada em Ponta Grossa. As principais exposições agropecuárias da região – realizadas em Ponta Grossa (Efapi), Castro (Agroleite) e Arapoti (Capal) – ficaram para o segundo semestre.

Diante da previsão de que o fenômeno La Niña deve provocar queda na produção em 2010/11, o executivo prefere manter o otimismo. "Estamos consultando especialistas e há divergências sobre isso. Só poderemos avaliar alguma influência no mercado de máquinas na época do plantio de verão, a partir de setembro." Em sua avaliação, as vendas estão acima do esperado e devem "em algum momento voltar aos patamares normais".

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