O leilão de milho realizado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) comprovou que um grande volume do cereal permanece no campo porque os preços estão muito baixos. Do total de 1,5 milhão de toneladas que poderia ser escoado pelo setor produtivo de Mato Grosso (86,6%), Mato Grosso do Sul (6,7%) e Goiás (6,7%), sobraram apenas pequenos lotes (0,55%) colhidos em território mato-grossense.

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E foi tamanha a disputa pelos prêmios – pagos para que o valor recebido pelos produtores corresponda ao preço mínimo oficial – que houve deságio de 17% a 37% em Mato Grosso. Assim, quem comprovar ter comprado milho pagando o mínimo oficial de R$ 13,02, válido para o estado, terá prêmio entre R$ 2,46 e R$ 3,49 por saca pelo leilão de Pepro.

Mato Grosso é o melhor termômetro desse quadro de oferta elevada porque ainda tem de vender 40% das 18,7 milhões de toneladas de milho de inverno que acabou de colher – numa safra nacional estimada em 45 milhões de toneladas. Ou seja, tem 8 milhões de toneladas do cereal no campo, boa parte simplesmente amontoada ao ar livre, em piscinas de grãos. Desde julho, praticamente só os leilões do governo têm destravado as vendas.

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Subpreço

R$ 10,25 era o preço da saca de milho (60 quilos) pago ao produtor ontem em Sapezal (MT) – 21% abaixo do mínimo de R$ 13,02/saca.