O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, avaliou que a viagem a cinco cidades da China e a Seul, na Coreia do Sul, gerou cerca de US$ 50 milhões em negócios nos setores de carnes, café, grãos e madeira. Em nota divulgada por sua assessoria, Maggi diz que a viagem também abriu caminho para investimentos no Brasil em agroindústria, infraestrutura e logística. Nesta segunda-feira o ministro está em Bangcoc, na Tailândia; depois seguirá para Mianmar, Malásia, Vietnã e Índia.
Maggi diz que ter conversado com empresários chineses que participaram do seminário empresarial Brasil-China, em Xangai. “Sinto que eles estão dispostos a investir no Brasil porque o momento é favorável a eles.”
Sobre a Coreia do Sul, disse que o governo deve liberar em breve a entrada de carne suína de Santa Catarina. “O vice-ministro da Agricultura me disse que em dois meses o Congresso deverá aprovar a importação e, em seguida, técnicos coreanos irão ao Brasil para a fase final de inspeção sanitária em frigoríficos.”
A possibilidade de o país comprar também carne bovina está sendo discutida. “Meu maior argumento junto aos coreanos: vocês compram carnes do Uruguai, eles têm pouco mais de 3,4 milhões de habitantes. O Brasil tem 200 milhões de habitantes. Onde você vai vender mais carros Hyundai, Kia, smartphones, TVs Samsung ou LG? No Uruguai ou no Brasil?”
Maggi enfatizou a necessidade de conhecer particularidades de cada mercado. “Na Coreia, por exemplo, está claro que a resistência deles em liberar a importação de determinados produtos é consequência da pressão de setores que temem a concorrência, como produtores tradicionais. Há ainda questões de política externa envolvendo outros países, como os Estados Unidos, maior vendedor de carne para os coreanos.”
No tocante à China, disse que “existem questões que podem favorecer o maior ingresso de carne brasileira, como atritos diplomáticos com a Austrália”. “Nós queremos que os chineses comprem mais produtos processados do Brasil, com maior valor agregado, e comprem mais carne. Temos que estudar quais contrapartidas poderemos dar a eles. A proposta inicial deles é que façamos parte do comércio em reais e yuan, o que é muito complicado e, para viabilizar isso, seria necessária uma engenharia financeira muito sofisticada envolvendo os bancos centrais.”
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