Com resultados práticos que confirmam sua importância estratégica, a diversificação é bem mais que uma medida de precaução para a agricultura do Paraná. Prova disso está bem visível nas lavouras deste inverno. Quem estava acostumado com o verde enxerga de longe que alguma coisa está mudando, principalmente na região central do estado. Há plantações cobertas de flores amarelas em áreas de mais de 500 hectares. Elas aparecem também nos Campos Gerais, no Sudoeste e no Norte.
A canola, ainda produzida em volume pequeno, enche os olhos dos produtores não só pela beleza: está dando um banho de rentabilidade no milho de inverno e no trigo, mostra a edição de hoje do Caminhos do Campo.
É claro que a simples migração das culturas tradicionais para a alternativa da vez pode ser um desastre. Tanto o trigo como o milho ocupam áreas cem vezes maiores que a da canola. Não haveria mercado para tanta canola. Ou seja, a diversificação exige planejamento, pesquisa de laboratório, sondagem de mercado. Porém, se por um lado nem toda mudança traz resultados positivos, por outro é preciso mudar para melhorar, não há outra saída.
Mais uma vez a canola serve de exemplo. A cultura mostra-se viável mesmo enquanto toda a colheita é destinada para o consumo humano. Pode se tornar ainda mais lucrativa quando passar a ser usada na produção de biodiesel. A planta, parente do repolho e da couve, rende mais óleo que a soja. Tende a ganhar também em produção quando as sementes, hoje importadas, forem mais adaptadas ao Brasil.
Aí está a importância das investigações científicas para a agricultura. Sem esse cuidado com as questões agronômicas, o grau de viabilidade e a evolução do agronegócio, até o cultivo tradicional, que muitas vezes parece ser a única saída, se torna um tiro no escuro. Mesmo para continuar produzindo milho e trigo é preciso evoluir.
