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Em 2015, a soja registrou crescimento de 11,9% em seu volume produzido, enquanto o milho avançou 7,3%. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Em 2015, a soja registrou crescimento de 11,9% em seu volume produzido, enquanto o milho avançou 7,3%.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

No ano em que o Brasil registrou a maior contração econômica desde 1990, uma queda de 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB), o setor de agropecuária se manteve como um dos sustentáculos do país, com um crescimento de 1,8% em 2015. No ano, a geração de riquezas do setor foi de R$ 263,6 bilhões. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (03), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Economia do Paraná recuou 2,8% em 2015, menos que a média nacional

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Câmbio salvou da lavoura

A valorização do dólar em relação ao real no ano passado permitiu que o mercado externo tivesse impacto positivo sobre o PIB brasileiro pela primeira vez desde 2005. De acordo com as Contas Nacionais Trimestrais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o impacto foi de 2,7 pontos percentuais em 2015 contra 0,6 em 2005.

Segundo o técnico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no Paraná, Eugênio Stefanelo, apesar da queda na cotação das commodities agrícolas, os preços em reais foram muito bons em decorrência da escalada da taxa de câmbio, valorizando especialmente as exportações de grãos (soja e milho). “A agropecuária foi o único setor com desempenho positivo em 2015, repetindo o cenário de 2014 e, com certeza será o responsável por segurar as pontas da economia brasileira em 2016”.

Para o Coordenador do curso de Economia da Escola de Comunicação e Negócios da Universidade Positivo, Lucas Lautert Dezordi, se a agropecuária registrasse crescimento zero, a queda do PIB poderia ficar entre 4,3% e 4,4%. “O dólar mais alto tem forte impacto sobre os custos de produção, principalmente por causa de insumos e fertilizantes. Os custos de produção subiram, mas a receita teve um maior incremento porque o Brasil produziu muito mais. O produtor precisa ajustar as suas contas para que o saldo seja positivo, apesar dos custos mais caros e das dificuldades de recursos financeiros”, explica.

Mesmo no positivo, o PIB da agropecuária foi o menor desde 2012, quando houve recuo de 3,1%. Em 2014, o crescimento foi de 2,1%. De acordo com o IBGE, soja e milho garantiram o avanço do campo no ano passado, mas culturas importantes, como trigo, café e a pecuária acabaram prejudicando o resultado. Em 2015, a soja registrou crescimento de 11,9% em seu volume produzido, enquanto o milho avançou 7,3%. No ano passado, o Brasil produziu 201,4 milhões de toneladas de grãos, o maior volume da história.

De acordo com o analista técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Robson Mafioletti, o excelente desempenho das lavouras, especialmente soja e milho, aliado ao aumento da taxa de câmbio e das exportações, deram fôlego para a agropecuária. “A queda das cotações internacionais foi compensada pela alta do câmbio e favoreceu o setor. No Paraná, por exemplo, as cooperativas investiram mais de R$ 2 bilhões somente em 2015. Poderíamos ter crescido muito mais se toda a economia estivesse bem”, diz.

O técnico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no Paraná, Eugênio Stefanelo, explica que o menor crescimento do PIB da agropecuária em relação a 2014 se deve ao desempenho negativo da pecuária e devido a algumas pequenas quedas localizadas de produção. “Apesar de todos os nossos problemas de infraestrutura e logística, a agropecuária está salvando a economia brasileira. Para se ter ideia, dos 10 produtos mais exportados no ano passado, 8 são do agro e o cenário vai se repetir em 2016”, afirma Stefanelo.

Paraná

No estado, a influência da agropecuária foi maior ainda. Enquanto o PIB paranaense encolheu 2,8% em 2015, o setor cresceu 4,4%, embalada pelo recorde da safra de grãos e o crescimento da produção de carnes, desempenho superior à nacional. “A agropecuária, mais uma vez, garantiu uma condição melhor do que a média no Paraná”, diz o diretor-presidente do Ipardes, Julio Suzuki Júnior.

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