A Alemanha anunciou nesta quarta-feira (4) que pretende proibir o uso do componente glifosato a partir do fim de 2023. Segundo o Ministério do Meio Ambiente do país, a medida faz parte de um programa de proteção ambiental do governo. O glifosato é comumente utilizado na formulação de herbicidas, como o Roundup, da multinacional alemã Bayer para o combate de ervas daninhas nas lavouras.
O governo alemão disse que o plano vai ajudar a resolver preocupações sobre a redução no número e na variedade de insetos do país. A proibição do glifosato ajudaria, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente da Alemanha, a proteger a fonte de alimento dos insetos - as plantas.
Com a iniciativa, o governo alemão pretende colocar à disposição 100 milhões de euros (cerca de US$ 109,5 milhões) por ano em ações para proteção de insetos e investimentos em pesquisa. O governo afirmou também que, antes da proibição total, planeja reduzir significativamente o uso de glifosato.
Outros países europeus já impuseram restrições ao uso do produto apesar de o seu uso estar aprovado até o fim de 2022 no continente. Em julho deste ano, a Áustria proibiu o uso do agroquímico, enquanto França e Colômbia já impuseram restrições à utilização do componente.
Em resposta à decisão da Alemanha, a Bayer disse que discorda da decisão do governo de proibir completamente o uso do herbicida.
"A decisão ignora décadas de julgamento científico de agências reguladoras independentes em todo o mundo, que mostram que o glifosato é seguro quando aplicado adequadamente", afirmou o presidente da Divisão Crop Science, que inclui produtos agrícolas, e membro do Conselho de Administração da Bayer, Liam Condon.
Na terça-feira (3), em entrevista ao jornal alemão Tagesspiegel, Condon já havia dito que a companhia estava trabalhando no desenvolvimento de soluções alternativas ao glifosato.
Segundo a Bayer, na Alemanha, o glifosato responde por menos de 5% das vendas totais de sua Divisão Crop Science. "Independentemente da proibição ao uso de glifosato pelos agricultores, ainda será necessário controlar as ervas daninhas para garantir sua produção. Portanto, a quantidade de alimentos para insetos não mudará de acordo com o método usado", observou a empresa.
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