Após fracassar no avanço com as negociações de com a União Europeia no início do mês, os líderes do Mercosul resolver apostar em outros acordos comerciais para expandir os negócios. São mercados que interessam aos setores privados regionais, como a agricultura.
Na próxima semana, uma delegação do Canadá estará no Brasil para tentar fechar os parâmetros de um acordo. Se tudo correr bem, o pontapé inicial das negociações será anunciado na reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) em dezembro, em Buenos Aires.
No ano passado, o Brasil exportou US$ 2,4 bilhões para aquele país, com boa participação de produtos industriais. O Ministério da Agricultura vê potencial de expansão de mercado lá.
O interesse no acordo foi reforçado na última segunda-feira, em declaração conjunta emitida por Mercosul e Canadá, após reunião do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, com o ministro do Comércio Internacional daquele país, François-Phillipe Champagne. Ambos estavam em Marrakesh, no Marrocos, numa reunião preparatória da OMC.
Brasil e Canadá travam uma dura batalha no tribunal da concorrência internacional por causa de subsídios à produção de aviões. No entanto, fontes próximas às conversas garantem que esse tema não contamina as negociações do acordo, da mesma forma que os questionamentos europeus sobre o Inovar Auto, por exemplo, não interferiram nas rodadas de entendimento.
Mais adiantado do que o acordo com o Canadá, o Mercosul negocia também um com o Efta, bloco formado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. Já houve duas rodadas de entendimentos. Tal como com a União Europeia, é possível que esse acordo enfrente dificuldades por causa de produtos agropecuários. É o caso da carne e do leite, produzidos pela Suíça.
Estão em andamento entendimentos com Marrocos e Tunísia. Embora sejam economias menores, os acordos poderão ser fechados rapidamente, pois tratarão apenas de comércio de bens. Não terão capítulos sobre investimentos e compras governamentais, como os demais.
Europa
O foco dos negociadores, porém, continua sendo o acordo com a União Europeia, dado o tamanho do mercado. Seria o primeiro acordo comercial de grande porte do Mercosul.
As negociações sofreram um novo abalo na última quarta-feira, quando o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou num encontro com produtores agrícolas que não tem pressa em fechar em dezembro um acordo que está sobre a mesa desde 1999. E que discutirá a questão com outros líderes europeus.
Macron não tem poder de veto sobre o acordo. Mas o posicionamento da França tem peso nas decisões do bloco, de 28 países. É um complicador, avaliam negociadores brasileiros. Uma nova rodada de negociações está marcada para os dias 6 a 10 de novembro
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