Apesar da cotação elevada, em função do câmbio, a soja volta a ceder espaço, de forma forçada, aos canaviais no Sul de Goiás. As plantações de cana predominam em centenas de quilômetros de estradas da região.
O produtor Gisenio José Duarte, de Cachoeira Dourada, em Goiás, enfrenta consequência dessa migração. Ele arrendava 200 hectares para soja nos últimos 20 anos, mas perdeu o talhão para uma usina.
“Uma indústria da região ofereceu renda de 80 sacas de soja por hectare [ao ano] para os donos da terra. O meu contrato envolvia 50 sacas por hectare. Impossível cobrir essa diferença”, lamenta. “Isso tem acontecido bastante por aqui. A cana avança de uma forma agressiva”, complementa.
O agrônomo Filogonio Freitas de Souza, da cooperativa Comigo, confirma a mudança de cultura em algumas regiões. “O boom da cana já ocorreu. Mas as vezes ficamos sabendo de produtores de grãos que perdem área. O pessoal da soja está resistindo o quanto pode”, afirma. A região Centro-Oeste do país é responsável por 90% da produção nacional de etanol e açúcar. (CGF)
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