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Principais entidades representativas do agronegócio paranaense pedem crédito com juros mais baixos e a ampliação dos recursos | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Principais entidades representativas do agronegócio paranaense pedem crédito com juros mais baixos e a ampliação dos recursos| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Em meio às incertezas no atual cenário político e também diante dos problemas da economia brasileira, o anúncio do pacote do Plano Agrícola e Pecuário da safra 2016/17 previsto para ocorrer na quinta-feira (05) coloca mais um ponto de interrogação entre produtores e empresários do setor. A expectativa era de que o anúncio fosse realizado em junho, como tem ocorrido nos últimos anos.

Sem detalhes sobre o volume de recursos, valores e taxas, as principais entidades representativas do agronegócio paranaense esperam crédito com juros mais baixos e a ampliação dos recursos destinados ao seguro a produtores rurais, uma forma de incentivar ao setor e atenuar os efeitos da crise econômica .

Após o encontro com a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, o ministro da fazenda, Nelson Barbosa, afirmou que o momento fiscal que vive o país não vai prejudicar a estratégia de governo. “O Plano Safra é um plano de financiamento e tem um orçamento de subvenção já planejado. Temos recursos para financiar não só o plano atual, mas o próximo. No entanto, é muito importante para isso que se altere a programação fiscal do governo”, reitera Barbosa.

Segundo o economista da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Pedro Loyola, o oferecimento de linhas de crédito melhorou nos últimos cinco anos, mas o volume tem sido insuficiente, tornando o país menos competitivo em relação a grandes concorrentes, como os Estados Unidos. “Apesar de termos uma situação adversa no Brasil, o setor que tem sustentado a economia é a agropecuária. E pode contribuir muito mais se tiver melhores condições de competitividade”, projeta.

Estratégico para o país, o Plano Safra disponibiliza recursos para financiar a agropecuária nacional e permitir o constante aumento da produção em campo. Em nota, a ministra afirma: “Todo o plano está razoável para o produtor, como sempre foi desde o primeiro ano da presidente Dilma. Sempre na razoabilidade de juros em termos de inflação e mercado. Tudo que a agricultura precisa”. Na safra 2015/16, o Governo Federal disponibilizou um volume total de recursos de R$ 187,7 bilhões, 20% acima do valor da temporada anterior.

Para o gerente técnico e econômico da Ocepar, Flávio Turra, além da diminuição dos juros e de um seguro efetivo aos produtores, há a necessidade de ampliar o volume de empréstimos a juros controlados (mais baixos). “O lado bom de o plano ser divulgado no dia 4 de maio [costuma ser lançado em junho], é que isso dá mais tempo para o produtor possa se preparar. Em relação a anos anteriores, veio em um momento mais oportuno”, diz.

Agricultura Familiar

Na terça-feira (03) a ministra Kátia Abreu também vai lançar em Brasília o Plano Safra da Agricultura Familiar para a próxima temporada. O vice-presidente diretor da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), José Mário Schreiner, criticou a antecipação do programa de fomento. “Todos os anos, percorremos o Brasil todo colhendo sugestões para o próximo Plano Safra. Nesse nós não fomos ouvidos. Ele não tem a nossa chancela”, afirmou, acrescentando que a CNA não irá participar do lançamento.

Ele ainda reitera a posição da entidade em se opor ao retorno de Kátia Abreu à presidência da CNA, que se licenciou antes de assumir o Mapa. “A ministra ficou do lado do governo, tomou uma posição diferente da nossa. Foi uma escolha dela e as escolhas têm custo”, explicou Schreiner. Segundo ele, enquetes internas revelaram que cerca de 98% dos produtores rurais do Brasil não querem que ela continue sendo presidente da confederação.

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