Lideranças do setor rural querem que o governo estabeleça como prioridade o seguro rural na política agrícola do país, diante das adversidades climáticas observadas neste início de ano (seca em São Paulo e no Paraná e excesso de chuvas em Mato Grosso). As perdas de 2 milhões de toneladas de soja apontadas no Paraná tornam a discussão mais urgente, segundo o presidente da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Ágide Meneguette. No caso do milho, o prejuízo alcança 100 mil toneladas no estado. O rombo financeiro, avaliado em R$ 2,2 bilhões, ainda pode aumentar, considera.
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de São Paulo (Faesp), Fábio Meirelles, o modelo atual de política agrícola baseado no crédito rural está superado. “O novo paradigma deve ser o do seguro rural, com destaque para o seguro de receita, que permite a mitigação tanto do risco climático quanto do risco de preços”, disse.
O presidente do Sistema Famato, Rui Carlos Ottoni Prado, afirmou que em Mato Grosso, maior estado produtor de soja, as perdas chegam a 500 mil toneladas, o que corresponde, em valores nominais, a R$ 500 milhões. “Ainda não conseguimos colher a soja e nem plantar o milho [de inverno]”, lamentou.
Conforme as federações dos sindicatos rurais do Paraná, de São Paulo e de Mato Grosso, o seguro rural, por meio do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural, padece da falta de estrutura técnica no Ministério da Agricultura e apoio financeiro. O governo federal elabora o Plano Agrícola e Pecuária da safra 2014/15 e promete considerar as reivindicações do setor.
R$ 2,7 bilhões foram perdidos com veranicos no Paraná e chuvas em excesso em Mato Grosso, conforme o setor produtivo. O rombo refere-se ao volume de soja que deixou de ser produzido (na comparação com a previsão de safra recorde) multiplicado pelas cotações atuais.
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