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O clima, que já não tem sido tão favorável como se previa para a safra de verão, deve continuar ameaçando o desenvolvimento das plantações de soja e milho na Região Sul do Brasil. Segundo os meteorologistas, não há previsão de chuvas volumosas para a região nas próximas duas semanas. E começam a surgir previsões de estiagem, que devem assombram a agricultura a partir de dezembro.

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As lavouras de Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina devem contar somente com pancadas de água típicas da estação mais quente do ano até o fim deste mês. Líder em produção de grãos no Sul e segundo mais importante no quadro nacional, o Paraná sofre com déficit hídrico em maior parte de seu território. De acordo com dados de monitoramento do Instituto Agronômico do estado, o Iapar, havia 25% de água disponível no solo nas regiões que abrangem os municípios de Umuarama, Campo Mourão, Paranavaí, Maringá, Londrina, Telêmaco Borba, Guarapuava e Cândido de Abreu até o último final de semana. O ideal, segundo os técnicos, é que o índice alcance os 75% nesta época do ano.

"Não temos previsão de frente fria que possa trazer chuva generalizada. O que teremos são chuvas de verão, que não resolvem para a agricultura. Devem pegar uma fazenda e não a outra", disse o meteorologista Luiz Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O que pode amenizar o quadro de estresse hídrico são as temperaturas em queda.

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No Rio Grande do Sul, a MetSul Meteorologia informa que depois do mês de outubro consolidar boas chuvas a oeste e noroeste, novembro vem sendo mais econômico. "A perspectiva para os próximos dez dias é de chuvas fracas, irregulares, mas não deve haver seca", relata Alexandre Aguiar, porta-voz da instituição. Ele destaca que a mudança ainda não gerou danos, mas preocupa quem está no campo.

Para o Centro-Oeste e o Nordeste do Brasil, as previsões são favoráveis à produção de grãos. As duas regiões aguardavam com ansiedade a chegada das chuvas e estão regularizando o plantio de soja e milho.

O comportamento do clima está diretamente associado às temperaturas das águas equatoriais do Oceano Pacífico, que têm oscilado meio grau acima e meio grau abaixo do normal, conforme os meteorologistas. A configuração atual e os prognósticos praticamente descartam a possibilidade de formação do fenômeno El Niño, que estava confirmado até dois meses atrás.

La Niña

"Os prognósticos de longo prazo indicam que continuaremos com chuvas irregulares e abaixo da média até o final do ano. Em alguns modelos de longo prazo, indicam inclusive o resfriamento das águas do Pacífico, o que configura a volta La Niña no início do próximo ano", destaca Lazinksi.

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Aguiar, da Metsul, lembra que desde agosto as temperaturas do Pacífico tem indicado um padrão de neutralidade. "Essa condição deve se manter nos próximos 45 a 60 dias", complementa. Com neutralidade ou La Niña, aumentam os riscos de seca na região.