Café depende de chuva nas plantações de Minas Gerais. Cana, milho e trigo estão bem de umidade.| Foto: Foto: Lineu Filho/gazeta Do Povo

A colheita do trigo acaba de começar, mas será interrompida pelas chuvas deste fim de semana, mostram as previsões meteorológicas. O tempo começa a mudar a partir deste sábado no centro-sul do Brasil, com o avanço de um novo sistema meteorológico provocando precipitações que interromperão um longo período de estiagem em diversas zonas agrícolas. Além do trigo, estão em fase de colheita cana-de-açúcar, café e milho.

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As chuvas começam no sábado pelo Rio Grande do Sul e, no domingo, chegam a Santa Catarina e Paraná, onde poderão ser observadas pancadas de chuvas em vários municípios, disse o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, da Somar nesta sexta-feira (21). "Na segunda-feira, há previsão de chuvas para quase todo o estado de São Paulo, sul do Mato Grosso do Sul e Paraná", destacou.

O Paraná deu largada à colheita do trigo, com casos de perdas de até 75%, e teme que as chuvas tardias prejudiquem a qualidade do grão. O estado é o principal produtor do cereal no país e espera colher perto de 4 milhões de toneladas. Mais de 90% das plantações ainda estão em campo. Precipitações acima do normal estão sendo prospectadas também para a safra de verão, devido ao fenômeno El Niño.

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O serviço Agriculture Weather Dashboard, da Thomson Reuters, indica que São Paulo, principal estado produtor de cana do país, terá sete dias consecutivos de chuvas a partir de segunda-feira da próxima semana, com acumulados médios de 38 milímetros no período, após quase um mês praticamente sem nenhuma chuva.

"Ao longo da semana que vem, novas frentes frias irão avançar não só pelo Sul, mas também pelo Sudeste, onde irá atrapalhar e até mesmo inviabilizar os trabalhos de colheita do milho safrinha, do café e da cana-de-açúcar", destacou Santos.

O clima seco vem favorecendo a finalização da colheita do milho, o início da colheita do trigo (bem como a maturação de lavouras em final de ciclo) e os trabalhos das usinas de etanol e açúcar, que conseguiram trabalhar forte na colheita nos últimos 30 dias. Dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) mostraram moagem elevada na segunda quinzena de julho e na primeira de agosto.

Para o café, o retorno das chuvas pode atrapalhar a colheita que está numa etapa final, mas favorece a floração antecipada dos cafezais, disseram especialistas. O Weather Dashboard aponta chuvas no sul e sudoeste de Minas Gerais, uma das principais regiões do cinturão cafeeiro do país, de cerca de 40 milímetros na semana.

"Aos poucos as chuvas vão retornando às regiões produtoras do Sudeste e Centro-Oeste, o problema é mesmo com esse retorno, as chuvas ainda serão irregulares e de baixa frequência sobre a região central do Brasil", destacou o meteorologista da Somar. O temor dos cafeicultores do Sudeste é que as chuvas não sejam prolongadas o suficiente para permitir a continuidade do desenvolvimento da florada.

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